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França, Rússia e ONU atacam nova
resolução dos EUA sobre o Iraque
DA REDAÇÃO
A França e a Rússia afirmaram
que o novo projeto de resolução
americano sobre o Iraque, apresentado formalmente ontem, não
leva em conta suas exigências, enquanto o secretário-geral da
ONU, Kofi Annan, afirmou que o
texto não contém sua recomendação de que a transferência de
poder a um governo interino iraquiano seja rápida.
Mas o projeto de resolução ganhou o apoio do Reino Unido -o
mais próximo aliado dos EUA no
que se refere ao Iraque-, que assinou o texto e se tornou seu co-autor. A Espanha e a Bulgária
também deram uma resposta positiva à iniciativa americana.
A Alemanha, que, ao lado da
França, exigira alterações no texto
original do projeto de resolução
dos EUA, também pareceu aceitar
o novo texto.
Este prevê uma transferência
gradual de autoridade a um governo interino iraquiano, mas
não estabelece um cronograma
para a entrega do poder político
aos iraquianos. Além disso, o projeto americano mantém a Autoridade Provisória da Coalizão, que
é liderada pelos EUA, no comando das operações no Iraque -até
que haja eleições no país. A data
das eleições também não foi especificada no texto.
A França, a Alemanha e a Rússia, que se opuseram à Guerra do
Iraque, também defenderam, na
semana passada, uma rápida
transferência de poder aos iraquianos. O chanceler francês, Dominique de Villepin, chegou a
afirmar que isso poderia ser feito
até o final deste ano.
Na primeira reunião do Conselho de Segurança da ONU para
discutir o projeto, o representante
da França disse que o novo texto
não corresponde às expectativas
de Paris no que se refere a questões-chave, como a criação de um
papel central para a ONU no Iraque e o lançamento de um processo político no país, o que lhe daria
mais estabilidade.
Os EUA temem que uma rápida
transferência de poder aos iraquianos leve ainda mais instabilidade ao Iraque, com diferentes
grupos étnicos e religiosos se digladiando em busca de poder político e de influência.
Porém Washington precisa desesperadamente de ajuda financeira e militar na reconstrução do
Iraque, podendo aceitar algumas
exigências suplementares dos
países que ainda se opõem a seu
texto. A ocupação do Iraque custa
cerca de US$ 4 bilhões por mês
aos americanos, que ainda mantêm 130 mil militares no país.
O embaixador russo na ONU,
Serguey Lavrov, disse que Moscou ainda estava estudando o novo projeto de resolução, mas salientou que a posição russa é clara. "Pensamos que devemos dar à
ONU um papel de liderança no
processo político. Trabalhando
com os iraquianos, ela poderia
criar um cronograma claro, que
levaria à restauração da soberania
iraquiana. Esse processo seria
apoiado por uma força [militar]
multinacional", declarou Lavrov.
O secretário de Estado dos EUA,
Colin Powell, disse, na semana
passada, que o processo de concepção da nova Constituição iraquiana poderia demorar seis meses. Antes disso, segundo ele, os
EUA continuariam a comandar o
processo político no país.
Com agências internacionais
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