São Paulo, terça-feira, 03 de outubro de 2006

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Atirador mata 3 crianças e fere 7 em escola nos EUA

Vinny Tennis/ "Intelligencer Journal"/ Associated Press
Amishes observam helicóptero de paramédicos chegar a sua comunidade na Pensilvânia


Antes de se matar, caminhoneiro assassina meninas de 6 a 13 anos com tiros na cabeça; sete crianças correm risco de morte

Incidente em escola rural de comunidade amish é o terceiro do tipo no país em seis dias; polícia trabalha com hipótese de vingança

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DE NOVA YORK

Um atirador invadiu ontem uma escola no Estado americano da Pensilvânia, matou três crianças e deixou sete gravemente feridas. Após negociação frustrada para rendição, o homem cometeu suicídio, segundo a polícia. Foi o terceiro incidente do tipo nos EUA em apenas seis dias.
Charles Carl Roberts, 32, caminhoneiro, invadiu pela manhã a escola rural Wolf Rock in Paradise -com 27 alunos matriculados numa única sala de aula para ensino fundamental da comunidade amish (leia texto nesta página)- e fez reféns as meninas; garotos e mulheres foram obrigados a sair.
O agressor, diz a polícia, prendeu os pés das crianças com algemas, vendou seus olhos, colocou-as em fila contra o quadro-negro e atirou nas cabeças. As sete feridas, atingidas no crânio, correm risco de morte. Informações iniciais, retificadas no fim da tarde, davam conta de seis mortos. Uma das meninas morreu nos braços de um bombeiro do resgate. As vítimas tinham entre 6 e 13 anos.

Vingança
Agentes do FBI vêem a hipótese de vingança. "Houve algum episódio no passado que deixou o atirador com desejo de matar as alunas", disse o investigador Jeffrey Miller à rede de TV CNN. A polícia afirma que o crime foi premeditado. Roberts, que não era da comunidade amish, teria ligado para a mulher, sem informar que havia matado crianças e que fazia outras reféns, para dizer que "não voltaria para casa" e que "vingava uma injustiça de 20 anos atrás", sem revelar detalhes. Vários bilhetes de conteúdo suicida dedicados a ela e aos três filhos do caminhoneiro foram encontrados.
Antes de atirar, Roberts havia telefonado também para o serviço de emergência 911 para exigir a saída dos policiais do cerco à escola. Se não fosse atendido, prometia matar o grupo e a si próprio.
Testemunhas dizem que 16 garotos, uma professora grávida e três mulheres com bebês foram feitos reféns e liberados em seguida. O diretor da escola conseguiu fugir e chamou a polícia numa fazenda vizinha.
Ao ouvir tiros, os policiais invadiram a escola, mas já encontraram três crianças e Roberts mortos. O atirador, que tinha um revólver e uma pistola automática nas mãos, fez barreiras nas portas para retardar a entrada dos agentes. As feridas foram levadas para o hospital do condado de Lancaster, que fica a cerca de 100 km de Filadélfia.
"Só um milagre pode salvar as meninas", afirmou Miller.
Aparentemente, dois mortos eram crianças de seis anos e a terceira, uma adolescente monitora do grupo.
Segundo a polícia, Roberts não tinha antecedentes criminais e trabalhava na região na coleta e entrega de leite. Ele teria levado os filhos a pé à escola da comunidade vizinha e pedido a pick-up emprestada de um parente para cometer os crimes. A região em que fica a escola não tem posto policial e nunca registrou crimes.

Tiros em Columbine
Na última quarta-feira, outro atirador invadiu uma escola em Bailey, no Estado do Colorado. Duane Morrison, 53, fez um grupo de seis alunas reféns, abusou sexualmente de todas, matou uma delas e, em seguida, suicidou-se. Na sexta passada foi a vez de um aluno de 15 anos matar a tiros o diretor de sua escola em Wisconsin.
Os episódios lembraram a morte de 12 alunos e um professor na escola Columbine, em 1999, após um ataque feito por dois adolescentes armados, que se mataram na seqüência.


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