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Atirador mata 3 crianças e fere 7 em escola nos EUA
Vinny Tennis/ "Intelligencer Journal"/ Associated Press
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Amishes observam helicóptero de paramédicos chegar a sua comunidade na Pensilvânia |
Antes de se matar, caminhoneiro assassina meninas de 6 a 13 anos com tiros na cabeça; sete crianças correm risco de morte
Incidente em escola rural
de comunidade amish é o terceiro do tipo no país em seis dias; polícia trabalha com hipótese de vingança
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DE NOVA YORK
Um atirador invadiu ontem
uma escola no Estado americano da Pensilvânia, matou três
crianças e deixou sete gravemente feridas. Após negociação
frustrada para rendição, o homem cometeu suicídio, segundo a polícia. Foi o terceiro incidente do tipo nos EUA em apenas seis dias.
Charles Carl Roberts, 32, caminhoneiro, invadiu pela manhã a escola rural Wolf Rock in
Paradise -com 27 alunos matriculados numa única sala de
aula para ensino fundamental
da comunidade amish (leia texto nesta página)- e fez reféns
as meninas; garotos e mulheres
foram obrigados a sair.
O agressor, diz a polícia,
prendeu os pés das crianças
com algemas, vendou seus
olhos, colocou-as em fila contra
o quadro-negro e atirou nas cabeças. As sete feridas, atingidas
no crânio, correm risco de morte. Informações iniciais, retificadas no fim da tarde, davam
conta de seis mortos. Uma das
meninas morreu nos braços de
um bombeiro do resgate. As vítimas tinham entre 6 e 13 anos.
Vingança
Agentes do FBI vêem a hipótese de vingança. "Houve algum episódio no passado que
deixou o atirador com desejo de
matar as alunas", disse o investigador Jeffrey Miller à rede de
TV CNN. A polícia afirma que o
crime foi premeditado. Roberts, que não era da comunidade amish, teria ligado para a
mulher, sem informar que havia matado crianças e que fazia
outras reféns, para dizer que
"não voltaria para casa" e que
"vingava uma injustiça de 20
anos atrás", sem revelar detalhes. Vários bilhetes de conteúdo suicida dedicados a ela e aos
três filhos do caminhoneiro foram encontrados.
Antes de atirar, Roberts havia telefonado também para o
serviço de emergência 911 para
exigir a saída dos policiais do
cerco à escola. Se não fosse
atendido, prometia matar o
grupo e a si próprio.
Testemunhas dizem que 16
garotos, uma professora grávida e três mulheres com bebês
foram feitos reféns e liberados
em seguida. O diretor da escola
conseguiu fugir e chamou a polícia numa fazenda vizinha.
Ao ouvir tiros, os policiais invadiram a escola, mas já encontraram três crianças e Roberts
mortos. O atirador, que tinha
um revólver e uma pistola automática nas mãos, fez barreiras
nas portas para retardar a entrada dos agentes. As feridas foram levadas para o hospital do
condado de Lancaster, que fica
a cerca de 100 km de Filadélfia.
"Só um milagre pode salvar
as meninas", afirmou Miller.
Aparentemente, dois mortos
eram crianças de seis anos e a
terceira, uma adolescente monitora do grupo.
Segundo a polícia, Roberts
não tinha antecedentes criminais e trabalhava na região na
coleta e entrega de leite. Ele teria levado os filhos a pé à escola
da comunidade vizinha e pedido a pick-up emprestada de um
parente para cometer os crimes. A região em que fica a escola não tem posto policial e
nunca registrou crimes.
Tiros em Columbine
Na última quarta-feira, outro
atirador invadiu uma escola em
Bailey, no Estado do Colorado.
Duane Morrison, 53, fez um
grupo de seis alunas reféns,
abusou sexualmente de todas,
matou uma delas e, em seguida,
suicidou-se. Na sexta passada
foi a vez de um aluno de 15 anos
matar a tiros o diretor de sua
escola em Wisconsin.
Os episódios lembraram a
morte de 12 alunos e um professor na escola Columbine, em
1999, após um ataque feito por
dois adolescentes armados, que
se mataram na seqüência.
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