São Paulo, segunda-feira, 03 de outubro de 2011

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Oposicionista diz que Chávez teme a sua candidatura

Em campanha contra veto ao seu nome, Leopoldo López visita o Brasil; entre antichavistas, ele é o 3º nas pesquisas

Corte Interamericana de Direitos Humanos deu sentença favorável a ele, mas Justiça local sinaliza que não acatará


FLÁVIA MARREIRO
DE CARACAS

Leopoldo López, 40, fez uma festa para lançar sua candidatura às primárias da oposição na Venezuela que, em 12 de fevereiro, elegerão quem enfrentará Hugo Chávez em 2012. Não é certo, porém, que ele possa concorrer.
Inabilitado por uma decisão administrativa, López recorreu à Corte Interamericana de Direitos Humanos e ganhou. Mas porta-vozes do Judiciário e do governo e o próprio Chávez já disseram que a decisão não vale nada.
López foi acusado de desvio de verba quando trabalhava na PDVSA e de uso impróprio de recursos públicos quando era prefeito de Chacao, que integra a área metropolitana de Caracas. Não foi julgado penalmente.
Hoje, está em terceiro lugar nas sondagens entre os opositores.
Educado em Harvard e descendente do herói nacional Simón Bolívar, López chega ao Brasil amanhã para uma visita de três dias. Leia trechos de sua entrevista.

 


Folha - A Justiça sinaliza que o sr. não vai poder se candidatar. Não é melhor apoiar um dos demais pré-candidatos?
Leopoldo López
- Entregar a luta por conquistar os direitos seria nos render. Na Venezuela, pela Constituição, a sentença da CIDH é lei. Tenho recebido apoio significativo da cidadania. Ele vai crescer.

O sr. disse que Chávez tem medo da sua candidatura.
Houve uma reação impressionante de todos os poderes públicos contra uma pessoa. Não tenho cargo: é López versus o Estado venezuelano. Por quê? Não há outra explicação que não o temor.

Há lutas internas na oposição. É possível um projeto comum?
Tivemos extraordinários avanços, especialmente após um acordo mínimo. A Constituição de 1999 será o marco do novo governo; isso descarta a ideia de Constituinte.

Como define seu movimento?
É progressista. Queremos um país onde todos os direitos sejam para todas as pessoas e um Estado forte em suas responsabilidades. O Estado é débil onde deveria ser forte e presente onde não deveria.


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