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Seriado de TV prenunciou disputa pela Casa Branca
"The West Wing", exibido até 2006, focou suas últimas duas temporadas em eleição
Semelhanças vão desde o perfil dos candidatos até a escolha dos vices, passando por crises que emergem nos períodos das campanhas
DO "NEW YORK TIMES"
Os roteiristas de "The West
Wing" vêem com espanto a
evolução desta eleição. Os paralelos entre as duas temporadas finais da série (exibida até
2006 pela rede de TV NBC) e a
atual temporada política são
indisfarçáveis. A ficção, uma
vez mais, anteviu a realidade.
As alusões a Obama podem
ser vistas pelo espectador em
quase todas as facetas de Matthew Santos, o candidato democrata hispânico interpretado por Jimmy Smits. E não são
mera coincidência. Um roteirista da série se interessou pelo
senador após seu discurso na
Convenção Democrata 2004.
Santos anuncia sua candidatura dizendo a seus partidários:
"Estou aqui para afirmar que a
esperança é real." Os telespectadores quase podem ouvir a
platéia dizer "yes, we can" (sim,
nós podemos).
As comparações entre o senador McCain e o candidato republicano da série, o grisalho
veterano do Senado Arnold Vinick, também são inúmeras. Vinick, interpretado por Alan Alda, é visto como ameaça aos democratas por sua capacidade
de atrair eleitores moderados.
Até mesmo as escolhas para a
disputa da Vice-Presidência
são semelhantes. Os democratas selecionam um veterano de
Washington como candidato a
vice, para tornar a chapa mais
preparada em termos políticos,
enquanto os republicanos optam por um governador firmemente conservador para manter a lealdade de sua base.
Ecoando críticas recebidas
por McCain nas primárias, um
assessor da Casa Branca em
"The West Wing" (que é o nome da ala contígua à Casa Branca que abriga o staff da Presidência) diz que Vinick "não é
conservador o suficiente" para
a base republicana.
Como a campanha de Obama
gira nestas últimas semanas, o
diretor da equipe de Santos diz
que "essa nova mensagem econômica pode garantir nossa vitória". Ali não ocorre uma crise
econômica, mas duas emergências consecutivas no seriado
-problemas em uma usina nuclear e uma disputa no Cazaquistão- fazem lembrar a atual
crise econômica, ao menos no
aspecto de algo imponderável
que pode decidir o resultado.
Como fez o presidente Bush
nas negociações do pacote de
resgate econômico, Jed Bartlet,
o presidente democrata interpretado por Martin Sheen, convida os dois candidatos a visitar
a Casa Branca para informá-los
sobre a situação. Diante da
perspectiva de enviar 150 mil
soldados ao Cazaquistão a três
meses da eleição, Vinick resmunga: "Adeus ao corte de impostos". E diz a Santos: "Seu
plano de educação rodou". No
Reino Unido, onde a série continua popular com reprises, um
blog do jornal "Telegraph" declarava em um título que "Barack Obama vai vencer. "The
West Wing" explica tudo".
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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