|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Depois de recuo sobre colônias, Hillary tenta acalmar mundo árabe
Secretária de Estado nega mudança de posição e diz que EUA rejeitam continuidade de assentamos judaicos na Cisjordânia
Chanceler palestino se diz satisfeito com declarações de americana, que rejeitara condicionar diálogo de paz a congelamento de colônias
DA REDAÇÃO
A secretária de Estado dos
EUA, Hillary Clinton, tentou
ontem reagir à irritação dos governos árabes gerada pelo recuo americano na exigência de
que Israel congele imediatamente a expansão dos assentamentos na Cisjordânia.
O episódio vem gerando dúvidas sobre a disposição do presidente Barack Obama em
pressionar Israel a frear as colônias, que tornam cada vez
menos viável a criação de um
Estado palestino.
Em reunião com os chanceleres árabes em Marrakech
(Marrocos), Hillary negou que
a posição do governo americano sobre o tema tenha mudado
e insistiu em que a Casa Branca
"não aceita a legitimidade da
continuidade dos assentamentos israelenses".
A secretária também qualificou de insuficiente a proposta
do premiê israelense, Binyamin Netanyahu, de limitar em
3.000 o número de novas casas
na Cisjordânia. Mesmo assim,
ela defendeu que a oferta seja
implementada como sinal de
"significativa restrição nos assentamentos".
No sábado, a secretária de
Estado enfurecera a Autoridade Nacional Palestina (ANP) e
vários governos árabes ao rejeitar a exigência palestina de
congelamento das colônias judaicas na Cisjordânia como
precondição para a retomada
do diálogo de paz -suspenso
desde a ofensiva israelense de
dezembro e janeiro em Gaza.
O próprio Obama chegara a
exigir o "congelamento" dos assentamentos, antes de mudar
de tom nas últimas semanas e
pedir uma "restrição" a novas
construções israelenses.
O chanceler palestino, Riyad
al Maliki, se disse satisfeito
com as explicações de Hillary,
que embarca hoje para o Egito.
"Nos surpreenderam as declarações [de Hillary em Jerusalém]. (...) Penso que essas falas já foram corrigidas", afirmou Maliki em Marrakech.
O tom conciliatório do chanceler destoa da reação inicial
dos palestinos -que chegaram
a qualificar o recuo americano
de "golpe" nas negociações de
paz- e mostra que o presidente
da ANP, Mahmoud Abbas, não
tem alternativa a não ser seguir
conversando com o governo
americano.
Abbas chega às eleições presidenciais de 24 de janeiro cada
vez mais isolado e pressionado.
Sua popularidade despencou
para 12% devido à imagem de
fraco. Além disso, ele e seu partido, o secular Fatah, controlam apenas a Cisjordânia, já
que a faixa de Gaza está sob
controle do Hamas desde 2007.
O grupo radical islâmico rejeita
organizar eleições em Gaza.
Com agências internacionais
Texto Anterior: AIEA cobra rapidez em resposta do Irã a potências nucleares Próximo Texto: Sarkozy põe identidade francesa em debate Índice
|