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JUSTIÇA
Ex-ditador Reynaldo Bignone vai a julgamento na Argentina
DA REDAÇÃO
O ex-ditador argentino
Reynaldo Bignone, 81, último dos presidentes militares
do país (1982-1983), começou a ser julgado ontem por
58 sequestros, desaparições
e torturas praticadas no
quartel de Campo de Maio,
centro de detenção clandestino da ditadura.
Bignone cumpre prisão
preventiva domiciliar desde
2007. De 1999 a 2005, passou sete anos detido sem
condenação definitiva sob
acusação de sequestro de
seis bebês nascidos em cativeiro ilegal -processo que
ainda deve ir a julgamento.
Outros cinco ex-chefes militares também estão sendo
julgados pelos crimes no
Campo de Maio. O julgamento deve terminar em março
de 2010.
No governo Carlos Menem
(1989-1999), a Argentina tornou público decreto de Bignone que ordenara a destruição dos informes militares
sobre os presos políticos.
Desde a retomada das causas por crimes da ditadura,
no governo Néstor Kirchner
(2003-2007), cerca de 800
processos foram reabertos,
mas apenas 18 foram a julgamento, com 51 condenações.
Em março, havia 548 processados e 378 acusados presos.
A demora nos processos é
fonte de desgaste para governo e Judiciário, que trocam
acusações pela lentidão. Informe recente aponta que as
causas terminarão só em
2024, caso o atual ritmo dos
processos seja mantido.
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