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Risco de execução de Sakineh detona novo protesto mundial
ONG que monitora caso dá alerta para apedrejamento iminente
GABRIELA MANZINI
DE SÃO PAULO
O alarme dado por uma
ONG sediada na Alemanha
sobre a aparente iminência
da execução da iraniana Sakineh Ashtiani, que aguarda
desde 2006 pena de morte
por apedrejamento pelo crime de adultério, provocou
reações na Europa e nos Estados Unidos, ontem.
Na segunda-feira, o Comitê Internacional contra Apedrejamento (Icas, na sua sigla em inglês) informou que
as "autoridades de Teerã" tinham dado sinal verde às
equipes da prisão da cidade
de Tabriz para consumar a
execução hoje. Ela seria não
por apedrejamento, mas enforcamento -mais comum.
O Icas é presidido pela iraniana Mina Ahadi, que mora
em exílio em Colônia (Alemanha) e integra o banido Partido Comunista do Irã. A ONG
atua como porta-voz de Sakineh, seus filhos e até advogados desde junho, quando um
abaixo-assinado virtual ficou
popular e elevou o caso à
agenda global.
Em Paris, grupos ligados
ao filósofo Bernard-Henri Lévi reuniram cerca de 30 manifestantes num ato improvisado. O secretário de Assuntos Europeus da França, Pierre Lellouche, contou pressionar Teerã a revisar a pena,
que considera "uma autêntica barbárie de outra época".
Na Espanha, o vice-premiê
Alfredo Pérez Rubalcaba afirmou que fará "o que estiver
ao seu alcance para evitar
um crime dessa natureza".
Na Bélgica, a chefe da diplomacia da União Europeia,
Catherine Ashton, pediu que
o Irã impeça a execução de
Sakineh e classificou o apedrejamento de "equivalente
a uma tortura inaceitável".
Em Londres, o ministro
das Relações Exteriores Alistair Burt ligou para o encarregado Safar Ali Eslamian Koupaei e cobrou notícias, mas o
diplomata iraniano não confirmou a iminente execução.
Em nota, a Casa Branca
condenou ontem os "aparentes planos de levar a cabo a
execução e chamou de "inaceitáveis" a "falta de transparência" no processo judicial e
"as ações contra seu advogado e família".
Não existem fontes de informação independentes sobre o caso, e a situação está
ainda mais difícil desde 10 de
outubro, quando o advogado
da iraniana, Houtan Kian, e o
filho dela, Sajjad, foram detidos ao lado de dois jornalistas alemães a quem concediam entrevistas, em Tabriz.
O último defensor de Sakineh, Mohammad Mostafaei,
escapou do Irã no fim de julho depois de ter a mulher e
sogro presos.
O Icas não revela a origem
de suas informações por motivos de segurança e diz que
os defensores de Kian e Sajjad temem represálias e não
querem ser identificados.
Outras ONGs de defesa dos
direitos humanos que monitoram o caso de Sakineh dizem não ter recebido dados
novos, mas não descartaram
a ordem de execução.
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