São Paulo, quinta-feira, 03 de novembro de 2011

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Argentina anuncia retirada parcial de subsídio a serviços

É a segunda medida de ajuste econômico anunciada depois da reeleição de Cristina Kirchner, dez dias atrás

Governo diz que ainda vai analisar subsídios a transporte e energia, mas nega alta de tarifa para os consumidores

LUCAS FERRAZ
SYLVIA COLOMBO

DE BUENOS AIRES

Dez dias depois da reeleição de Cristina Kirchner, o governo argentino anunciou ontem a segunda medida de ajuste econômico.
Após anunciar o controle da compra e venda do dólar, para evitar fuga de capitais, agora a Casa Rosada quer reduzir substancialmente o pagamento dos subsídios que destina a serviços públicos.
O dólar estável e os subsídios contribuíram para a releeição de Cristina, mas eram insustentáveis a longo prazo, apesar de o governo ter negado a necessidade de reajuste durante toda a campanha.
Os subsídios são um dos pilares econômicos do kirchnerismo e vinham aumentando desde 2003, quando Néstor Kirchner, marido e antecessor de Cristina, foi eleito.
Para que a população não sinta o impacto da inflação (25% segundo estimativas privadas, 9% segundo o governo), o Estado custeia parcialmente muitos serviços. O governo arca com a diferença entre o que o consumidor paga e o real custo do serviço.
Um mês antes da eleição, o governo autorizou novo aumento do Orçamento para esse fim, chegando a R$ 27,8 bilhões, o equivalente a 4,5% do PIB argentino. Com a redução dos subsídios, a Casa Rosada espera economizar no mínimo R$ 250 milhões.
Entre os serviços mais defasados está a tarifa de ônibus, que custa 1,25 peso -se seguisse a inflação dos últimos anos, deveria valer 6,80.
Recentemente, tem havido críticas à qualidade de alguns serviços, principalmente na área de transportes. Falta de manutenção e estrutura estão por trás de alguns acidentes graves, como o choque que matou 11 pessoas no bairro de Flores, em setembro.
O vice-presidente eleito e atual ministro da Economia, Amado Boudou, apresentou ontem resolução que elimina os subsídios para entidades financeiras, jogos de azar, aeroportos, extração mineral, portos e telefonia móvel.
Sobre os subsídios destinados aos serviços de água, gás, eletricidade e transportes, os ministros disseram que será formada comissão para analisar custos e a necessidade de suspender esses pagamentos.
Eles, contudo, negaram alta de tarifa para o consumidor -o que parece pouco provável, já que os preços estavam quase congelados graças aos incentivos estatais.


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