São Paulo, quinta-feira, 03 de novembro de 2011

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FOCO

Revista francesa é atacada por publicar charge de Maomé

DO "GUARDIAN"

A sede da revista satírica francesa "Charlie Hebdo" foi incendiada depois de uma edição especial sobre a primavera árabe, intitulada "Sharia Hebdo", ter estampado na capa uma charge do profeta Maomé, descrito como "editor convidado".
O incêndio foi provocado por coquetel molotov atirado pela janela do edifício. A maior parte do que havia no escritório foi queimada.
O ataque aconteceu um dia antes da chegada às bancas da edição "sharia" (lei islâmica), prevista para ontem.
Na primeira página da edição, uma charge mostra o profeta Maomé, com a legenda: "Cem chibatadas se você não morrer de rir!".
Não é a primeira vez que o semanário publica charges de Maomé. O islã veta qualquer representação do profeta.
O jornal disse que a edição seria uma "celebração" da vitória do partido islâmico moderado Nahda nas eleições tunisianas e da possível adoção da lei islâmica pelo futuro governo líbio.
Em 2007, um tribunal de Paris arquivou uma tentativa de duas organizações muçulmanas de processar o semanário por ter reproduzido as charges do profeta Maomé publicadas por um jornal dinamarquês e que suscitaram protestos em todo o mundo.
O editor da revista, conhecido apenas como Charb, disse à rádio France Inter que, nos últimos dias, a revista recebera ameaças pelo Twitter, pelo Facebook e pelo correio. Ele disse estar enojado e furioso pelo fato de que "a violência pôde ser usada para combater desenhos".
Charb disse à agência de notícias France Presse que rejeita acusações de que estaria tentando provocar os muçulmanos com as charges.
A prefeitura socialista de Paris disse que ajudará a "Charlie Hebdo" a encontrar uma nova sede.
Mohammed Moussaoui, do CFCM (Conselho Francês da Fé Muçulmana), afirmou que "condena fortemente" o ato. Em 2006, o CFCM moveu ação contra a "Charlie Hebdo" por publicar caricaturas do profeta que, segundo ele, foram "bem mais violentas".

Tradução de CLARA ALLAIN


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