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Governadores pedem US$ 176 bilhões a Obama
DE NOVA YORK
Em reunião convocada pelo
presidente eleito dos EUA, Barack Obama, governadores
americanos pressionaram ontem por um pacote governamental de ajuda no total de US$
176 bilhões para lidar com déficits orçamentários, desemprego crescente e a explosão da demanda por serviços locais.
O valor consumiria aproximadamente um terço do pacote de estímulo econômico que o
Congresso de maioria democrata pretende aprovar no início do ano que vem, após a posse de Obama, cuja cifra gira em
torno de US$ 500 bilhões.
A situação dos Estados é crítica. Segundo o grupo apartidário Centro de Orçamento e
Prioridades Políticas, 41 deles
fecharão as contas no vermelho
em 2008 ou em 2009, e mais da
metade já começou a cortar
gastos, subir impostos ou usar
suas reservas. Os governadores,
porém, negaram que o plano se
trate de um "resgate" como o
oferecido a instituições financeiras sob a crise econômica.
"Investir na infra-estrutura
do país, em fontes renováveis
de energia -isso não é resgate",
afirmou o governador da Pensilvânia, o democrata Ed Rendell. "São ações que realmente
criam empregos, diferentemente dos resgates que estamos vendo em Wall Street."
O pedido dos governadores
prevê US$ 136 bilhões para
projetos de infra-estrutura, como construção de estradas e
pontes ou expansão da oferta
de água encanada e rede de esgoto -algo que Obama havia
previsto em seu plano de governo como forma de gerar empregos. Outros US$ 40 bilhões financiariam gastos estaduais
nos programas do Medicaid, o
seguro-saúde público para famílias de baixa renda.
Não é a primeira vez que os
governadores solicitam ajuda
para pagar as contas do Medicaid ou do Medicare ( voltado a
idosos), que têm custos em expansão. Até agora, porém, o
Congresso barrou esses apelos.
Os governadores estimam
que, para cada US$ 1 bilhão recebido do governo federal, 40
mil novos empregos podem ser
criados. A taxa de desemprego
nos EUA está em 6,5%, já tendo
custado 1,2 milhão de postos de
trabalho neste ano. O Escritório Nacional de Pesquisa Econômica anunciou oficialmente
anteontem que o país está em
recessão desde há um ano.
A princípio, Obama pareceu
disposto a colaborar. Ele disse
esperar que os governadores o
ajudem a elaborar um plano
econômico para a crise, em vez
de apenas ajudar a implementá-lo. "Se ouvirmos os governadores, o dinheiro distribuído
será bem bem gasto", disse o
presidente eleito. O democrata
prometeu ainda tratar os governadores de forma independente das linhas partidárias.
Nem todos os 49 governadores presentes, porém, apoiaram
o pedido. Republicanos como
Arnold Schwarzenegger, da Califórnia, afirmaram que antes
de receber ajuda os Estados
têm de equilibrar suas contas,
inclusive elevando impostos.
Mark Sanford, da Carolina do
Sul, e Rick Perry, do Texas,
exortaram em artigo no "Wall
Street Journal" "governadores
de ambos os partidos a se unirem na oposição a mais uma intervenção de resgate federal".
"O governo federal não está
apenas enterrando as gerações
futuras sob montanhas de dívidas. Também está levando o
país a uma direção perigosa, de
uma "mentalidade de resgate",
na qual nos voltamos para o governo em vez de buscarmos as
soluções sozinhos."
(AM)
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