São Paulo, sexta-feira, 03 de dezembro de 2010

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Vazamento sugere elo secreto entre Berlusconi e Putin

Documentos no WikiLeaks revelam suspeita de que premiê italiano teria benefícios por amizade com russo

Nova leva de despachos também revela exceção aos EUA para utilizar bombas e preocupação de presidente do Haiti

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Novos documentos secretos revelados ontem pelo site WikiLeaks mostraram que diplomatas americanos suspeitavam que o premiê italiano, Silvio Berlusconi, poderia estar "lucrando pessoalmente e generosamente" com acordos secretos com o colega russo, Vladimir Putin.
Segundo correspondência, Ronald Spogli, embaixador dos EUA em Roma, ouviu do embaixador da Geórgia que Putin prometeu a Berlusconi uma porcentagem de lucros de qualquer oleoduto desenvolvido pela russa Gazprom, em coordenação com a ENI, conglomerado de energia italiano.
Documentos revelam que a embaixada americana considera que a amizade entre eles "põe em perigo a segurança energética europeia", segundo os jornais "El Pais" e "Guardian", que obtiveram acesso antecipado aos mais de 250 mil documentos vazados pelo WikiLeaks.
Spogli relata ainda que Berlusconi centrou todos os acordos da Itália em Moscou e trocou "presentes generosos" com Putin.
Berlusconi, que se orgulha de sua amizade com Putin, disse ontem que Washington sabe que ele só cuida dos interesses da Itália, e não de seus interesses pessoais.
Outros despachos incluíam comentários sobre o gosto de Berlusconi para "noitadas" e os danos físicos que elas lhe causavam.
Quase uma centena de deputados italianos exigiram ontem a renúncia do premiê.
Documentos secretos também revelados ontem mostram que diplomatas britânicos discutiram formas de esconder do Parlamento planos de conceder a militares dos EUA uma exceção a um acordo que proíbe o uso de bombas de fragmentação.
Funcionários britânicos procuravam, junto com os EUA, permitir que militares americanos mantivessem as bombas armazenadas em uma ilha do oceano Índico.

HAITI
Outros despachos revelam que a principal preocupação do presidente do Haiti, René Préval, antes das eleições era assegurar que o vencedor não iria forçá-lo a se exilar.
Os documentos vieram à tona justamente no momento em que os votos da eleição, que ocorreu na semana passada, estão sendo contados.
Segundo fontes da embaixada americana, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, ligou ontem para Cristina Kirchner, presidente da Argentina.
Hillary telefonou a Cristina para pedir desculpas, depois de documentos revelados pelo WikiLeaks terem mostrado que os EUA fizeram questionamentos sobre a saúde física e mental da presidente argentina.


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