São Paulo, sexta-feira, 03 de dezembro de 2010

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Israel pede ajuda para extinguir incêndio

Maior incidente na história do país, em monte Carmel, deixa 40 mortos

Todo o contingente de 1.500 bombeiros é acionado, mas fogo começado anteontem continua a se espalhar

MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM

Num gesto sem precedentes que reflete a gravidade do desastre, Israel pediu ajuda externa para debelar o maior incêndio de sua história.
O fogo deixou 40 mortos e desalojou milhares de pessoas na região do monte Carmel (norte), onde o incêndio começou pela manhã.
"Jamais vivemos uma catástrofe como essa", disse o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, acrescentando que pretende declarar dia de luto nacional.
Segundo o premiê, Itália, Chipre, Grécia e Rússia atenderam a seu pedido e mandarão aviões especializados no combate a incêndios.
O incêndio destruiu cerca de 30 km2 da floresta de Carmel, ao sul da cidade de Haifa, estimou o corpo de bombeiros de Israel. Dezenas de casas do kibutz Beit Oren, uma comunidade agrícola próxima, foram devastadas.
Todo o contingente de 1.500 homens foi convocado para a tarefa, mas até a madrugada o fogo continuava se espalhando.
"Perdemos totalmente o controle das chamas", reconheceu o porta-voz dos bombeiros de Haifa.
Israel vive um dos anos mais secos de que se tem notícia, o que tem facilitado o início de incêndios florestais.
O desastre do monte Carmel lembrou mobilizações em situações de guerra e ataques terroristas vividas por Israel, com todas as TV transmitindo ao vivo o incêndio e comentaristas se revezando por várias horas seguidas.
O momento mais dramático ocorreu quando as chamas atingiram um ônibus com agentes penitenciários.
Eles estavam a caminho da prisão de Damun, perto de Haifa, para retirar os cerca 500 prisioneiros, a maioria palestinos, que estavam ameaçados pelo fogo.
A rapidez do incêndio surpreendeu os passageiros do ônibus. Um porta-voz da polícia contou que o fogo levou apenas três minutos para se alastrar por 1.500 metros.
Dos 50 agentes no ônibus, 40 foram queimados vivos. "Eles não tiveram nenhuma chance", lamentou o porta-voz, Yaron Zamir.
Embora a imprensa tenha especulado que o incêndio possa ter tido origem criminosa, a polícia não quis comentar a possibilidade.
O premiê palestino, Salam Fayad, telefonou para o presidente de Israel, Shimon Peres, para transmitir suas condolências.


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