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IRAQUE NA MIRA
Presidente diz a soldados que "horas cruciais podem estar se aproximando'; EUA mandam mais tropas ao golfo
"Estamos prontos para a guerra", diz Bush
DA REDAÇÃO
O presidente George W. Bush
visitou ontem uma das maiores
bases militares do país, situada
em Fort Hood (Texas), e disse aos
cerca de 4.000 soldados presentes
que os Estados Unidos estão
prontos para uma guerra contra o
Iraque: "Estamos prontos, estamos preparados".
"Vocês estarão lutando não para conquistar, mas para libertar
pessoas", disse Bush, que vestia
um casaco militar verde. Ele alertou que "horas cruciais podem estar se aproximando".
No mesmo dia, o governo americano confirmou o envio de mais
soldados ao golfo Pérsico.
Apesar do tom belicosa, o presidente reafirmou que ainda não se
decidiu sobre um eventual ataque
ao ditador iraquiano, Saddam
Hussein. Oficialmente, o governo
americano tem dito que, se o Iraque aceitar se desarmar voluntariamente e a ONU comprovar que
o país não possui mais armas de
destruição em massa (químicas,
biológicas ou nucleares), a guerra
não será necessária.
"Ele tem uma escolha a fazer.
Nós certamente preferimos que o
Iraque ceda voluntariamente. Vocês sabem, o uso da força militar é
a última opção desta nação", disse. Os soldados acompanharam o
discurso em silêncio, mas reagiram com gritos quando Bush disse ter confiança de poder contar
com eles no caso de uma guerra
contra o Iraque.
O presidente afirmou que as
Forças Armadas americanas já estão engajadas "na primeira guerra
do século 21", contra o terrorismo. "Os terroristas já mostraram
o que desejam para nós. E nós não
esqueceremos", afirmou.
"Nós conhecemos os desafios e
os perigos que enfrentamos. Mas
essa geração de americanos está
pronta. Nós aceitamos o peso da
liderança. Nós agimos pela causa
da paz e da liberdade e por essa
causa venceremos", afirmou.
A base militar de Fort Hood, localizada a cerca de 90 minutos do
rancho de Bush, em Crawford
(Texas), reúne cerca de 41 mil soldados. Cerca de 25 mil soldados
da base participaram da Guerra
do Golfo (1991).
Mais tropas para o golfo
O porta-voz de uma base de marines na Califórnia (Costa Oeste)
confirmou ontem que parte do
efetivo de 45 mil homens recebeu
ordens de embarcar para o golfo
Pérsico. Ele não deu detalhes sobre a mobilização.
Anteontem, os EUA já haviam
anunciado o deslocamento de 11
mil soldados de uma base na
Geórgia (Costa Leste).
Cerca de 60 mil militares americanos já se encontram na região
do golfo. Embora o total de forças
à disposição para um eventual
ataque seja inferior aos 250 mil
soldados americanos enviados à
região durante a Guerra do Golfo,
os efetivos podem crescer rapidamente nas próximas semanas.
Reação iraquiana
Ontem, o jornal oficial iraquiano "Al Iraq" fez comentários sobre as repetidas declarações de
Bush de que ainda não se decidiu
sobre um ataque ao Iraque.
De acordo com o jornal, é difícil
crer que Bush, "de repente, tenha
ficado racional e despertado de
suas ilusões." "Será que ele refletiu sobre as consequências de sua
agressão e de seus efeitos destrutivos?", perguntou o jornal.
Segundo o jornal "Al Thawra",
do partido de Saddam, o maior
desapontamento dos EUA surge
do fato de que o Iraque está colaborando com a equipe de inspetores de armas da ONU, o que frustraria suas intenções bélicas.
"Esse governo do mal esperava
que o contrário fosse acontecer.
Estava esperando por um problema, qualquer problema, para usá-lo como pretexto para acusar o
Iraque de atrapalhar o trabalho
dos inspetores", disse.
Com agências internacionais
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