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Congresso democrata quer criar impacto
Mas Bush sinaliza que nova maioria não poderá aumentar impostos; presidente promete cortar déficit fiscal até 2012
Entre projetos há o aumento do mínimo e patrocínio de pesquisa de célula-tronco;
democratas não aceitam no Iraque contingente maior
DA REDAÇÃO
O Congresso americano inicia hoje uma nova legislatura,
em que a maioria democrata na
Câmara e no Senado pretende
aprovar ao menos seis medidas
de alto impacto -como o aumento do salário mínimo e a
autorização para o financiamento de pesquisas com células-tronco embrionárias.
Os democratas, com 233 cadeiras na Câmara, contra 202
dos republicanos, têm no Senado uma maioria bem mais apertada: 51 a 49. Mas um de seus
senadores, Tim Johnson, está
hospitalizado depois de uma
hemorragia cerebral. A estreitíssima margem de 50 a 49 exigirá negociações e compromissos com a bancada minoritária.
Segundo o "New York Times", o presidente George W.
Bush não se oporia à majoração
nos próximos dois anos do salário mínimo, que passaria de
US$ 5,15 para US$ 7,25 por hora. Mas ele com certeza vetaria
o projeto de de células-tronco,
como já o fez na legislatura passada, por ser ponto de honra do
bloco cristão conservador.
Entre os projetos da plataforma democrata estão também a
obrigatoriedade de as companhias petrolíferas pagarem certos royalties, a queda de juros
nos empréstimos para que estudantes paguem seus estudos
universitários -as universidades americanas, mesmo se públicas, não são gratuitas- e reforma no sistema de saúde que
permitiria ao governo negociar
remédios mais baratos de laboratórios privados.
Há ainda a adoção das recomendações da Comissão do 11
de Setembro, que supõem o
maior respeito aos direitos civis, apesar da chamada "guerra
ao terrorismo".
O presidente Bush procurou
ontem tomar iniciativas que
evitem seu enfraquecimento
político e o transformem em
mero refém do Congresso.
Em artigo publicado pelo
"Wall Street Journal", disse em
termos elípticos que se oporia
ao aumento dos gastos públicos
e o paralelo aumento de impostos, parte integrante do receituário democrata.
Em reunião pela manhã com
assessores, disse que pretendia
ser útil na aplicação de políticas
que "gastem com parcimônia o
dinheiro dos impostos".
Anunciou que em fevereiro
submeterá ao Congresso um
plano orçamentário de cinco
anos, destinado a eliminar o déficit público até 2012, sem aumentar a carga tributária.
Economistas ouvidos pelo
jornal "Financial Times" disseram que o objetivo de Bush é
inviável, a não ser que ocorra
um aumento de impostos.
O jornal cita projeção para
2012 de um déficit de US$ 284
bilhões, caso a redução de impostos adotada por Bush se torne permanente.
Bush também se referiu ao
Iraque, questão em que os democratas têm posições confusas. Lideranças democratas se
opõem à proposta de Bush de
aumentar o contingente americano naquele país.
Tanto em suas declarações
quanto no artigo ao jornal econômico, Bush mostrou-se conciliador com a maioria democrata e disse ter saído bem-impressionado dos contatos com
suas atuais lideranças.
Mas não são só as resistências da Casa Branca que podem
atrapalhar o mutirão legislativo
que está para ser comandado
por Nancy Pelosi, a primeira
mulher a ser tornar presidente
da Câmara americana.
O jornal "Le Monde" diz que
o gargalo democrata está no Senado. A atual e precária maioria
só estará segura de aprovar
seus textos se obtiver o apoio
de uma dezena de senadores
republicanos, o que exigiria
concessões e compromissos.
O regimento interno do Senado também permitiria à minoria bloquear as tramitações.
Com agências internacionais
Leia a íntegra do artigo de Bush
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