São Paulo, quinta-feira, 04 de janeiro de 2007

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ÁUSTRIA

Natascha diz que esteve a ponto de morrer no cativeiro

DA REDAÇÃO

Natascha Kampusch, 18, a jovem austríaca que esteve seqüestrada por mais de oito anos, afirmou que esteve várias vezes a ponto de morrer de fome. As declarações foram feitas para um documentário emitido pela televisão estatal ontem.
Seu seqüestrador, Wolfgang Priklopil, 44, lhe dizia que "aquele que não trabalha, não precisa comer". "Eu me sentia mal. Não podia dormir e ficava acordada dias inteiros, porque não queria que me acontecesse algo durante o sono", disse.
Sobre Priklopil, que se suicidou atirando-se contra um trem em movimento, logo após a sua fuga, Natascha diz que "era muito avarento com a comida, quase como um anoréxico, e ele transferia isso aos demais" .
Ela tinha 10 anos quando foi seqüestrada em março de 1998, e conseguiu fugir em 28 de agosto passado.
O "caso Natascha" virou um fenômeno na Europa e sua primeira entrevista na televisão foi um dos programas de maior audiência na Áustria em 2006.
No documentário, Natascha também fala que tinha medo de lhe contar problemas de saúde - ocultou uma dor de dentes - com medo de que ele a punisse, cortando as refeições.
Natascha também recordou como foi sua fuga. "Nesse dia eu comi pouco, mas não tinha tantos hematomas ou feridas, me senti com forças para escapar" .
"A porta do cativeiro era muito pesada. Se tivesse acontecido algo a Priklopil, eu nunca teria conseguido sair dali".
Nas primeiras entrevistas que a jovem austríaca concedeu, no início de setembro, ela afirmava que, estava de luto pela morte de seu seqüestrador, definido por ela como "parte de sua vida".
E que não havia perdido nada durante os anos que passou com refém de Priklopil. "Ele era parte da minha vida. É por isso que eu também estou de luto por ele de certa forma".


Com agências internacionais

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