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Crise põe em dúvida "futuro político" de Chávez, avaliam EUA
Relatório de inteligência expõe ainda "importantes diferenças" americanas com "parceiro valioso" Brasil
DA REDAÇÃO
Para o governo Barack Obama, problemas internos na Venezuela como racionamento de
energia e água, a inflação crescente e alta da violência no país
levantam dúvidas sobre o "futuro político a longo prazo" do
presidente Hugo Chávez.
A avaliação consta do relatório anual sobre ameaças aos
EUA apresentado anteontem
pelo diretor nacional de Inteligência, Dennis Blair, à Comissão de Inteligência do Senado.
É o primeiro documento do
tipo produzido pelo governo
Obama -o de fevereiro de
2009 havia sido preparado pela
gestão George W. Bush.
Com relação à América Latina, o texto segue as linhas gerais do documento anterior,
com críticas ao venezuelano,
que lidera "uma força regional
anti-EUA" e deseja "debilitar"
os governos moderados e pró-Washington da América Latina. Um exemplo disso é que segue dando apoio encoberto a
grupos insurgentes como as
Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
O texto apresentado por
Blair afirma que as "medidas
repressivas, a alta da das taxas
de crime, a inflação crescente,
racionamentos de água e luz, e
uma importante desvalorização da moeda levantam questões sobre seu futuro político a
longo prazo". Critica ainda medidas do governo para "assediar
e deter" opositores, inclusive as
ameaças de abrir processos de
corrupção contra eles e a decisão de fechar ou suspender
meios de comunicação.
Brasil e eleições
A respeito do Brasil, o texto é
elogioso, mas lista de rusgas recentes. Diz que o país, "exemplo de êxito" e "parceiro valioso" para a promoção da democracia e estabilidade na região,
tem tornado "públicas importantes diferenças entre nós".
Lista: aquecimento global,
acordo militar Washington-Bogotá e a "nossa maneira de lidar com a crise em Honduras".
À diferença das eleições de
2002, quando Washington manifestou dúvidas quanto às políticas de um futuro governo
petista, o texto tranquiliza os
congressistas sobre a votação.
Diz que nossa "democracia
competitiva" é menos vulnerável a "populismos" e que o vitorioso na disputa pelo Planalto,
seja quem for, "provavelmente
manterá políticas responsáveis
pró-crescimento".
O narcotráfico e o crime organizado são apontados como
ameaças à região -México,
América Central e Brasil são citados. A escalada de violência,
porém, não deve desestabilizar
o Estado mexicano, diz o texto.
Na sessão no Senado, a atenção se voltou para o contencioso EUA-China. Sem citar Pequim, o texto diz que "os recentes ataques ao Google" acenderam o alarme de Washington
para o risco de ciberataques.
Blair disse que o país não está
preparado para a ameaça.
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