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São Paulo, terça-feira, 04 de março de 2003

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Iraque diz que bombardeio dos EUA matou 6

DA REDAÇÃO

Seis civis iraquianos teriam morrido e 15 ficado feridos em um bombardeio noturno promovido ontem por caças americanos e britânicos à cidade de Basra, na zona de exclusão aérea ao sul do país, segundo um porta-voz militar do Iraque. Em um comunicado divulgado pela agência oficial de notícias iraquiana, o porta-voz diz que os caças que patrulham a zona de exclusão aérea entraram no espaço aéreo iraquiano às 21h45 (15h45 de Brasília) e atingiram locais civis em Basra.
Segundo ele, unidades antiaéreas iraquianas dispararam contra as aeronaves, que retornaram às suas bases no Kuait.
Fontes militares dos EUA disseram que os aviões que patrulham a zona de exclusão aérea no sul do Iraque atacaram ontem cinco alvos de defesa aérea em resposta aos disparos de artilharia antiaérea vindos do solo. Não houve menção aos supostos mortos.
Os bombardeios são os últimos em uma série crescente de ataques aéreos ocidentais nas zonas de exclusão ao norte e ao sul do país, enquanto os EUA e o Reino Unido aumentam sua presença militar na região, para mais de 220 mil homens, para uma possível invasão do Iraque. A ação poderia indicar uma mudança de tática no patrulhamento das zonas de exclusão aérea, para atacar sistemas de mísseis que poderiam ser usados para defender o Iraque de uma invasão.
O Comando Central dos EUA disse que os caças usaram armamentos de precisão para bombardear centros de comunicação por fibra ótica perto de Al Kut (cerca de 153 km ao sul de Bagdá) e um centro de comando militar e controle perto de Basra (395 km a sudeste de Bagdá). "Os alvos específicos foram atingidos porque eles aumentavam a rede integrada de defesa aérea do Iraque", afirmou um porta-voz militar. "Ainda estamos avaliando os danos aos alvos", disse.
O Iraque não reconhece as zonas de exclusão aérea criadas unilateralmente pelos EUA e aliados ocidentais após a Guerra do Golfo de 1991 para evitar que Bagdá atacasse as minorias curda (no norte do país) e xiita (no sul).
O Reino Unido disse que as patrulhas nas zonas de exclusão aérea foram incrementadas, mas não disse se os caças americanos e britânicos estão atacando novos alvos como parte de uma preparação para uma eventual guerra.
A destruição de centros de comando e comunicação poderia facilitar uma invasão por terra.
O secretário de Defesa britânico, Geoff Hoon, disse ao Parlamento que não houve "mudanças substanciais" nas operações para preparar uma possível guerra e que a ação dos caças obedece às normas do direito internacional.
"Não há dúvida de que nossas forças têm participado de patrulhas mais frequentes envolvendo as zonas de exclusão aérea."

Preparações
Bombardeiros B-52 americanos começaram a desembarcar ontem no Reino Unido e na Bulgária, em mais um avanço nas preparações para um eventual confronto militar. Hoon confirmou ter concordado com um pedido americano para o envio de 14 bombardeiros para a base de Fairford, no oeste do país. Na Bulgária, chegaram ontem ao menos três aviões na base de Bourgas, no mar Negro. Mais aeronaves são esperadas nos próximos dias.


Com agências internacionais

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