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São Paulo, terça-feira, 04 de março de 2003

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França, Rússia e China pressionam Bagdá

DA REDAÇÃO

A França, a Rússia e a China exortaram ontem o Iraque a respeitar totalmente as exigências da ONU e a desarmar-se pacificamente, enquanto os EUA e o Reino Unido se mantiveram em sua cruzada em busca de apoio ao projeto de resolução da ONU que poderia abrir caminho para uma guerra contra o Iraque.
Os cinco países com direito de veto no Conselho de Segurança da ONU (CS) estão tão divididos em relação a esse projeto que ninguém mais fala de uma possível solução consensual para o impasse, o que faz com que os esforços diplomáticos sejam intensificados antes da votação do projeto. Esta, se a vontade de Washington e de Londres prevalecer, deverá ocorrer em meados deste mês.
O presidente francês, Jacques Chirac, que lidera a oposição à guerra, disse que os inspetores da precisam de tempo para conseguir eliminar os programas de armas de destruição em massa iraquianos. Mas ele salientou que o "Iraque deveria oferecer uma cooperação mais clara e ativa".
Yuri Fedotov, vice-chanceler russo, afirmou que o início da destruição dos mísseis Al Samoud 2 iraquianos é um "exemplo claro da intensificação de sua cooperação" e demonstra que as inspeções devem continuar. Mas, segundo a agência Itar-Tass, ele disse que as autoridades iraquianas devem ser "mais ativas".
A Chancelaria da China disse que o país está fazendo o "máximo possível para evitar a guerra". Mas o porta-voz da Chancelaria, Kong Quan, declarou que Bagdá tem de "aplicar completamente as resoluções da ONU".
A Alemanha, que preside o CS atualmente, também exigiu mais cooperação das autoridades iraquianas, embora tenha mantido sua posição contrária à guerra.
O cardeal Pio Laghi, enviado da paz do papa João Paulo 2º, partiu ontem para os EUA, onde exortará o presidente George W. Bush a buscar evitar o conflito. Ele deverá reunir-se com Bush nesta semana e entregará a ele uma carta escrita pelo papa.
O premiê espanhol, José María Aznar, que apóia Bush, comparou a crise iraquiana ao Acordo de Munique, de 1938, que permitiu que a Alemanha nazista se mantivesse em seu esforço belicista.
Nos EUA, foram intensificadas as discussões sobre a possível transferência das tropas americanas que estão estacionadas nos países do oeste da Europa para Estados do Leste Europeu, como a Bulgária e a Polônia. A maioria dos países do leste apóia o esforço americano contra o Iraque.


Com agências internacionais


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