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Alarme falso sobre novas ondas gigantes assusta Constitución
SILVANA ARANTES
ENVIADA ESPECIAL A CONSTITUCIÓN
Os moradores de Constitución, cidade chilena devastada
pelo terremoto seguido de tsunami de sábado, se esforçam
para sair do espanto provocado
pela tragédia. Mas não conseguem. Ontem, um alerta de tsunami -que se revelou falso e de
origem incerta- engendrou
pânico na população.
Cortada pelo rio Maule,
Constitución faz parte da região chilena (Maule) em que
morreram 541 entre 802 vítimas contabilizadas.
Agora, além do medo de que
o desastre se repita, os sobreviventes lidam com uma infinidade de problemas acarretados
pela súbita perda de suas casas
e negócios. A prefeitura abriu
um guichê para cadastrar os pedidos de assistência ao Estado.
A fila é longa e lenta, mas é imprescindível enfrentá-la.
Um membro do comitê de
emergência montado pela prefeitura explica aos moradores
que o governo estabelecerá um
prazo para que o Estado se encarregue de completar a demolição das casas que o terremoto
pôs abaixo. Passado esse prazo,
os proprietários terão de arcar
com os custos da demolição.
Embora tenha sido falso o
alerta de tsunami em Constitución, é fato que a terra voltou a
tremer ontem em diversas regiões do Chile. Na capital, Santiago, o tremor foi de 5,3 graus
de magnitude. Em Concepción,
a segunda maior cidade chilena, a réplica foi de 5,9 graus.
Em Constitución, o toque de
recolher vai das 21h às 8h. E
não há incidentes registrados
durante sua vigência. "Não sabemos quando o toque de recolher será suspenso, porque a
população ainda está muito assustada. É preciso que os moradores se acalmem", disse à Folha o major González.
Além da escassez de alimentos, convive-se com a falta de
água e luz. O restabelecimento
da rede de energia está previsto
para amanhã ou depois. O fornecimento de água não tem data estimada para voltar.
A iminente chegada do outono, que virá trazendo o frio ao
Chile, é outro fator de preocupação para quem teve a casa
destruída. "Que incerteza, meu
Deus!", desabafa uma moradora de Concepción.
"Não há casas para alugar
aqui. Por causa dessas réplicas,
não posso voltar para a minha,
que ameaça desabar. Meu sobrinho me chamou para ir morar com ele em Talca. Mas eu
não posso simplesmente virar
as costas para a casa onde nasceram os meus pais."
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