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Oposicionista pede vigilância dos outros países
da enviada especial
"Vigiem o Paraguai." O apelo
foi feito durante entrevista à Folha, ontem, pelo candidato da
oposição à Presidência da República, Domingo Laíno, 60. Foi dirigido aos EUA, à União Européia e
ao Mercosul.
"A vigilância internacional é
muito importante neste momento
porque é o próprio presidente
quem conspira contra a democracia paraguaia", disse Laíno. Wasmosy é também comandante-chefe das Forças Armadas e lidera as
articulações para prorrogar as
eleições. Candidato da Aliança
Democrática (coligação do Partido Liberal Radical Autêntico com
o Encontro Nacional), Laíno elogiou a ameaça velada dos parceiros do Mercosul, mais Chile e Bolívia, de expulsarem o Paraguai e
estabelecerem embargo comercial
contra o país caso a Constituição e
o cronograma eleitoral não sejam
cumpridos.
Pela manhã, no lançamento do
programa da Aliança Democrática, citara a ameaça do Cone Sul e
advertira: "Isso (um embargo)
significará a bancarrota do país.
Não vamos permiti-lo".
Ainda durante a solenidade, ele
condenara os "bolsões autoritários que subsistem" e os "pescadores de rio revolto que querem
inclusive envolver os bispos do
Paraguai nesta carreira louca rumo ao precipício".
Nessa parte, uma das mais
aplaudidas do discurso, condenou
duramente a tese de prorrogação
das eleições : "Constituição não se
negocia, se cumpre".
O programa lançado ontem pela
oposição tem quatro frentes principais: crescimento econômico
sustentado, com geração de empregos; combate contra a corrupção e a insegurança pública; superação da pobreza e da exclusão social; integração internacional
"com dignidade e identidade própria".
"Anos de governos corruptos e
sectários nos fizeram conhecidos
no mundo como o país do contrabando, da lavagem de dinheiro, da
falsificação de marcas, venda de
passaportes e refúgio de delinquentes", disse Laíno.
"Precisamos sair das listas negras em que nos colocaram os
maus dirigentes (...), uns poucos
mafiosos enfiados nas esferas de
poder", acrescentou.
Depois, na entrevista, ele acrescentou que além de recuperar a
credibilidade para atrair os capitais internacionais, o Paraguai deve também lutar por uma "cláusula de solidariedade" no Mercosul, como existe na União Européia.
Por essa cláusula, os países mais
ricos bancariam uma espécie de
fundo para financiar projetos estratégicos nos mais pobres, como
estradas, por exemplo.
"Ao Brasil e à Argentina certamente não convém parceiros miseráveis à volta, não é?", disse.
Laíno foi aos Estados Unidos em
janeiro e passou duas semanas na
Europa em fevereiro, o que inclusive lhe valeu críticas internas por
estar fora do país num momento
tão decisivo. Mas ele justifica que o
apoio externo é muito importante
no Paraguai.
(EC)
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