UOL


São Paulo, sexta-feira, 04 de abril de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FRENTE INTERNA

Presidente dos EUA afirma que o "cerco está se fechando" sobre os dirigentes iraquianos

Regime brutal está acabando, diz Bush

Stephen Jaffe/France Presse
O presidente dos EUA, George W. Bush, discursa para 12 mil militares numa base na Carolina do Norte, onde almoçou com marines


DA REUTERS

Com soldados americanos chegando a Bagdá, o presidente George W. Bush disse ontem que o "cerco está se fechando" sobre o regime iraquiano e que nada atrapalhará o esforço para depor o ditador Saddam Hussein.
Durante um discurso pronunciado numa base militar na Carolina do Norte, ante 12 mil soldados, Bush declarou: "O cerco está se fechando [sobre o regime iraquiano], e os dias de um regime brutal estão chegando a seu fim".
Bush mostrou-se satisfeito com a evolução da guerra. Ele até começou seu discurso com uma pitada de humor negro: "Não há nada melhor do que ver 12 mil militares americanos contanto que você não seja um membro da Guarda Republicana iraquiana".
"Nenhum estratagema de nosso inimigo nem nenhum crime de um regime agonizante vão nos desviar de nossa missão. Após viajar centenas de milhas, temos agora pela frente as últimas 200 jardas", afirmou o presidente, sendo longamente aplaudido pelos militares e por seus familiares.
Desde a última vez em que Bush apareceu publicamente para discutir a ofensiva militar no Iraque, na última segunda-feira, quando foi questionado sobre o planejamento da ação americana, sobre a possibilidade de as tropas dos EUA estarem paradas no deserto por conta de tempestades de areia e sobre a inesperada resistência iraquiana, a situação melhorou bastante para as forças da coalizão anglo-americana.
Elas estão chegando a Bagdá e já derrotaram divisões de elite das forças iraquianas. Ademais, o resgate de uma prisioneira de guerra (Jessica Lynch, 19), que estava nas mãos dos iraquianos desde a semana passada, contribuiu para levantar o moral dos americanos.
Bush dedicou mais tempo do que de costume ao que considera o motivo principal do ataque ao Iraque -as supostas armas de destruição em massa iraquianas-, afirmando que os EUA farão o que for necessário para tirá-las das mãos de Saddam. "Retiraremos as armas de destruição em massa das mãos dos assassinos."
Bush também acusou o governo iraquiano de ser brutal com a população do país e mencionou a possibilidade da ocorrência de um novo atentado suicida contra os EUA, como os que ocorreram em 11 de setembro de 2001.
"Nações livres não ficarão imóveis, deixando seus inimigos soltos para planejar outros ataques, como os de 11 de setembro. Desta vez, talvez com armas químicas, biológicas ou nucleares", disse.
Bush enfatizou a importância do trabalho realizado pelos militares no campo de batalha, salientando que seu valor e seus sacrifícios serão lembrados pelos iraquianos e pelos americanos.
"Trata-se de sacrifícios por razões maiores: a defesa de nossa nação e a paz mundial. Vencer o mal é a mais nobre das causas e o mais difícil dos trabalhos. E a libertação de milhões [de iraquianos] é a realização da promessa fundadora da América", disse.

Sem acordo
O secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, disse que alguns países buscam encontrar uma solução diplomática para a guerra, mas descartou a possibilidade de um acordo. "Não há possibilidade de acordo com o regime iraquiano."


Texto Anterior: Vaticano: Procissão da Via Sacra é dedicada às vítimas
Próximo Texto: Frases
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.