São Paulo, segunda-feira, 04 de abril de 2005

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ORIENTE MÉDIO

Damasco entrou em acordo com a ONU, que fiscalizará processo

Síria sairá do Líbano até o dia 30

DA REDAÇÃO

A Síria anunciou ontem que completará a retirada de todas as suas tropas do Líbano até o dia 30 de abril. A informação foi dada após encontro de um enviado da ONU com autoridades sírias.
Segundo Damasco, observadores das Nações Unidas poderão acompanhar a remoção dos soldados, conforme prevê a resolução 1559 da ONU.
A decisão dos sírios ocorre após enorme pressão internacional que se sucedeu à morte do premiê libanês Rafik Hariri (1992-98 e 2000-2004) em ação que a oposição libanesa atribui à Damasco e a seus aliados em Beirute. Tanto a Síria quanto o governo libanês negam envolvimento.
O enviado da ONU, Terje Roed-Larsen, afirmou que o chanceler sírio, Farouq al Shara, disse que "todas as tropas sírias, equipamentos militares e aparato de inteligência serão retirados do Líbano até o dia 30", antes das eleições parlamentares de maio, que ainda podem ser adiadas devido à crise política por que passa o país. No encontro, também estava o ditador Bashar al Assad.
"A Síria implementará a sua parte da resolução 1559 ao se retirar do Líbano", disse Shara. A resolução também prevê o desarmamento do grupo extremista islâmico libanês Hizbollah.
As primeiras forças sírias entraram no Líbano em 1976, um ano após a eclosão da guerra civil, que se encerrou apenas em 1990.
Mais de 40 mil soldados sírios já permaneceram ao mesmo tempo no Líbano, um país de 3,7 milhões de habitantes. Nos últimos anos, o contingente se reduziu para 14 mil homens. Desde a morte de Hariri, parte deles -cerca de 4.000 soldados- já atravessou a fronteira para a Síria e o restante ficou concentrado no vale do Beqaa.
No mês passado, Assad já havia se comprometido com uma retirada conforme previa os acordo de Taif, que encerrou a guerra.
A oposição libanesa festejou o anúncio de ontem. "A declaração é um passo decisivo para o fim da crise libanesa", disse o parlamentar opositor Nassib Lahoud, que, apesar do sobrenome, não tem ligações políticas com o presidente pró-Síria Emile Lahoud.
Já Gibran Tueni, um dos líderes da oposição e dono do influente diário "An Nahar", afirmou que o anúncio é positivo, porém não significa que a Síria deixará de exercer a sua influência sobre a política libanesa, especialmente sobre as eleições.


Com agências internacionais


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