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ORIENTE MÉDIO
Damasco entrou em acordo com a ONU, que fiscalizará processo
Síria sairá do Líbano até o dia 30
DA REDAÇÃO
A Síria anunciou ontem que
completará a retirada de todas as
suas tropas do Líbano até o dia 30
de abril. A informação foi dada
após encontro de um enviado da
ONU com autoridades sírias.
Segundo Damasco, observadores das Nações Unidas poderão
acompanhar a remoção dos soldados, conforme prevê a resolução 1559 da ONU.
A decisão dos sírios ocorre após
enorme pressão internacional
que se sucedeu à morte do premiê
libanês Rafik Hariri (1992-98 e
2000-2004) em ação que a oposição libanesa atribui à Damasco e a
seus aliados em Beirute. Tanto a
Síria quanto o governo libanês negam envolvimento.
O enviado da ONU, Terje Roed-Larsen, afirmou que o chanceler
sírio, Farouq al Shara, disse que
"todas as tropas sírias, equipamentos militares e aparato de inteligência serão retirados do Líbano até o dia 30", antes das eleições
parlamentares de maio, que ainda
podem ser adiadas devido à crise
política por que passa o país. No
encontro, também estava o ditador Bashar al Assad.
"A Síria implementará a sua
parte da resolução 1559 ao se retirar do Líbano", disse Shara. A resolução também prevê o desarmamento do grupo extremista islâmico libanês Hizbollah.
As primeiras forças sírias entraram no Líbano em 1976, um ano
após a eclosão da guerra civil, que
se encerrou apenas em 1990.
Mais de 40 mil soldados sírios já
permaneceram ao mesmo tempo
no Líbano, um país de 3,7 milhões
de habitantes. Nos últimos anos, o
contingente se reduziu para 14 mil
homens. Desde a morte de Hariri,
parte deles -cerca de 4.000 soldados- já atravessou a fronteira
para a Síria e o restante ficou concentrado no vale do Beqaa.
No mês passado, Assad já havia
se comprometido com uma retirada conforme previa os acordo
de Taif, que encerrou a guerra.
A oposição libanesa festejou o
anúncio de ontem. "A declaração
é um passo decisivo para o fim da
crise libanesa", disse o parlamentar opositor Nassib Lahoud, que,
apesar do sobrenome, não tem ligações políticas com o presidente
pró-Síria Emile Lahoud.
Já Gibran Tueni, um dos líderes
da oposição e dono do influente
diário "An Nahar", afirmou que o
anúncio é positivo, porém não
significa que a Síria deixará de
exercer a sua influência sobre a
política libanesa, especialmente
sobre as eleições.
Com agências internacionais
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