São Paulo, sexta-feira, 04 de maio de 2007

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Perdão de dívida a Bagdá fica na promessa

DA REDAÇÃO

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon anunciou ontem que países credores do Iraque prometeram perdoar um montante de US$ 30 bilhões de sua dívida externa -cerca de 60% do total. O anúncio foi feito em Sharm al Sheikh, Egito, numa conferência com mais de 60 países. A reunião dá-se no âmbito do "Iraq Compact" (acordo do Iraque), um plano elaborado pela ONU e pelo governo iraquiano que prevê reformas econômicas no país e sua integração nas transações mundiais.
Entre os credores que aceitaram perdoar as dívidas estão Reino Unido, China e Coréia do Sul. O perdão porém não é de 100%, mas nos moldes do que sugeriu o Clube de Paris, ou seja, de 80%. Além disso, quase tudo ficou por ora na promessa. A Arábia Saudita -atualmente o maior credor do Iraque- afirmou ainda estar negociando o perdão da dívida, avaliada em cerca de US$ 17 bilhões. Isso possivelmente por estar descontente com o modo como o governo iraquiano, xiita, tem tratado a minoria sunita.
O descontentamento dos sunitas com Bagdá pode também ter influenciado a decisão do Kuait de não riscar ainda o Iraque de sua caderneta de devedores - o país emprestou cerca de US$ 15 bilhões ao governo iraquiano. A Rússia, para quem os iraquianos devem aproximadamente US$ 13 bilhões, também não ingressou no perdão.

Encontro simbólico
Em um encontro de relevância simbólica na mesma conferência no Egito, a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, reuniu-se por cerca de meia hora com o chanceler da Síria, Walid al Moallem.
Com relações diplomáticas rompidas com a Síria desde 2005, os EUA consideram o país um patrocinador do terrorismo e o acusam de abrigar insurgentes que combatem no Iraque, além de fazer vista grossa ao fluxo de armas e pessoas em sua fronteira.
Classificado por Rice como um encontro "profissional", sua pauta foi o pedido da secretária de Estado para que os sírios se empenhem mais em controlar esse fluxo na fronteira com o Iraque -o que, segundo declaração do Exército dos EUA pouco antes do encontro, já tem acontecido.


Com agências internacionais e o "Financial Times"


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