São Paulo, sábado, 04 de junho de 2011

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FOCO

Moradora de Santos encabeça lista de candidatos que representam diáspora

FELIPE CARUSO
DE SANTOS

Pela primeira vez um candidato residente no Brasil é o primeiro da lista de um partido para as eleições legislativas em Portugal.
Funcionária do consulado português em São Paulo há 22 anos, Carolina Almeida, 41, foi convidada pelo PS (Partido Socialista) para disputar um lugar entre os 230 deputados na Assembleia.
Em Portugal, cada partido indica os nomes que compõem sua lista de candidatos para cada círculo eleitoral -22, no total. Fora do território continental, há quatro círculos, sendo que dois deles, com duas vagas cada um, são destinados a comunidades portuguesas dentro e fora da Europa.
É uma das duas vagas de fora da Europa que Carolina Almeida disputa, para as quais votam120 mil eleitores portugueses espalhados pelas Américas, África, Ásia e Oceania, sendo aproximadamente 73 mil no Brasil.
Ela saiu de Mirandela, em Bragança, aos três anos de idade, para morar com os tios em São Paulo.
"Levei um susto quando o PS me convidou. Nunca tinha me passado pela cabeça, mas, por ter imigrado e trabalhar no consulado há muito tempo, acho que posso ser uma boa representante", diz.
De olho nos 48 mil eleitores registrados em São Paulo, maior comunidade fora de Portugal, o PS fez o convite a Carolina Almeida.
Ela tem como principal adversário o PSD (Partido Social Democrata), do presidente Aníbal Cavaco Silva, e que fez parte de alianças que elegeram 23 dos 24 deputados do círculo "Fora da Europa" nas 12 eleições legislativas.
O PS elegeu apenas um deputado no círculo em 1999. O principal adversário de Carolina Almeida entre os 22 candidatos dos outros 11 partidos é o segundo da lista do PSD, Carlos Páscoa, eleito nas duas últimas eleições, morador do Rio.
Para vencê-lo mesmo sem ajuda do partido, Carolina apostou no novo emigrante, que sai do país em busca de negócios. Nas propostas da candidata estão facilitar a nacionalidade portuguesa para netos e cônjuges de emigrantes e igualdade fiscal que facilite o retorno de quem ganhou a vida no exterior.
"Temos que parar com a hipocrisia de que os dois deputados dos emigrantes vão resolver a crise política e financeira do país. Tenho é que defender os interesses dos emigrantes", diz.


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