São Paulo, sábado, 04 de junho de 2011

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Ex-general sérvio vai a tribunal e rejeita acusações de genocídio

Preso após 16 anos foragido, Ratko Mladic alegou saúde frágil

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O ex-general sérvio-bósnio Ratko Mladic compareceu ontem pela primeira vez diante do Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia, em Haia (Holanda), e negou acusações de genocídio que pesam contra ele.
Preso na semana passada pela polícia sérvia depois de passar quase 16 anos foragido, o ex-general responde pelo massacre de 8.000 muçulmanos na cidade de Srebrenica e pelo cerco de 43 meses a Sarajevo, na Guerra da Bósnia (1992-1995).
Conhecido como "carniceiro dos Bálcãs", Mladic apresentou-se diante do juiz usando uniforme de general e, em tom desafiador, afirmou: "O mundo todo sabe quem eu sou. Eu sou o general Ratko Mladic".
O ex-general disse que as acusações de genocídio são "alegações monstruosas" e recusou-se a declarar-se culpado ou inocente, atendendo a uma aparente estratégia de defesa que consiste em ganhar tempo.
"Eu defendo meu povo e agora estou defendendo a mim mesmo. Quero viver e ser um homem livre", disse o ex-general, que chegou a ser considerado o homem mais procurado da Europa.
Em outra aparente estratégia de defesa, Mladic alegou estar com a saúde debilitada e afirmou ser incapaz de comparecer à próxima audiência, marcada para o dia 4 de julho. "Sou um homem muito doente, preciso de um tempo para pensar em tudo que o senhor acaba de dizer", disse o acusado ao juiz Alphons Orie.
De acordo com seu advogado sérvio, o ex-general havia passado por um tratamento de quimioterapia em função de um câncer linfático, em 2009, o que explica sua saúde fraca.
O julgamento pode levar meses. Se condenado no tribunal da ONU, Mladic, 69, pode pegar prisão perpétua -não há pena de morte.


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