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Seqüestradores de soldado fazem ultimato a Israel
Prazo para que exigência de militantes fosse atendida vencia nesta madrugada
Ações de Israel matam um,
e Peretz ameaça governo da Síria; jornal diz que militares israelenses consideram fazer troca de prisioneiros
DA REDAÇÃO
Militantes radicais palestinos estabeleceram um prazo
até as 6h de hoje no horário local (0h em Brasília) para que Israel soltasse mais de mil prisioneiros em troca da libertação
do soldado Gilad Shalit, seqüestrado no último dia 25. O texto
sugere que o refém seria morto
caso Israel não atendesse as
exigências.
O premiê israelense, Ehud
Olmert, declarou rejeitar o ultimato e afirmou que não haveria
espaço para o que classificou
como "extorsão". O seqüestro
de Shalit foi reivindicado pelo
braço armado do Hamas, pelos
Comitês de Resistência Popular e por uma facção desconhecida, o Exército do Islã.
"[Se Israel não ordenar a soltura dos prisioneiros,] nós consideraremos encerrado o caso
do soldado", diz um anúncio divulgado ontem pelo Hamas. "O
inimigo deverá arcar com as
conseqüências dos resultados
futuros", segue o texto.
Os grupos radicais primeiramente exigiam a libertação das
mulheres e crianças palestinas
presas em Israel, mas depois
ordenaram que um total de mil
presos fossem soltos.
Dependendo do desfecho da
crise, o governo israelense
ameaça aumentar a ofensiva
iniciada há uma semana, que
destruiu prédios do Ministério
do Interior palestino e do Fatah, o partido do presidente da
Autoridade Nacional Palestina,
Mahmoud Abbas.
"Se o soldado for ferido, as
nossas operações serão muito,
muito piores", declarou o ministro da Justiça de Israel,
Haim Ramon.
Os ataques também danificaram uma central elétrica, o que
deixou sem luz a maioria da população de 1,3 milhão de pessoas da faixa de Gaza. A ONU
afirma que a região está próxima de uma crise humanitária.
Na madrugada de hoje, uma
ofensiva aérea no norte de Gaza
matou um palestino e feriu outros dois. O Exército israelense
informou que tinha como alvo
militantes que estavam plantando bombas. O prédio da
Universidade Islâmica na Cidade de Gaza também foi incendiado em um outro ataque.
Síria
Enquanto tropas israelenses
seguiam se deslocando ontem
no norte da faixa de Gaza, o ministro da Defesa de Israel, Amir
Peretz, declarou que os ataques
poderiam incluir a Síria, que
abriga Khaled Meshal, líder do
Hamas exilado em Damasco.
"O quartel-general do terror
do Hamas opera na Síria e é encabeçado por Meshal", declarou Peretz. "Sugiro a Bashar
Assad [o ditador sírio] que abra
seus olhos porque ele será responsabilizado [pela crise]."
O Exército e o governo de Israel admitem privadamente
que poderiam lançar mão de
outras opções, incluindo a troca de palestinos detidos, para
conseguir a libertação de Shalit. No passado, prisioneiros já
foram trocados por cidadãos
capturados ou por corpos de
soldados mortos em combate.
De acordo com o jornal israelense "Haaretz", detidos sem
envolvimento com casos de
terrorismo poderão ser soltos
em uma negociação. O comando das Forças de Defesa de Israel não apoiaria a libertação de
presos "com sangue em suas
mãos", segundo um militar citado pelo jornal.
Em nota, o premiê Olmert
afirmou que o governo do Hamas é o responsável pela segurança do militar israelense. O
braço político da organização
terrorista nega ter relação com
o seqüestro. Já o presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse
que "o que importa agora na
faixa de Gaza é não chegar a um
ponto sem volta".
O ditador egípcio, Hosni Mubarak, disse ontem que está
coordenando os esforços com a
Arábia Saudita para tentar solucionar a crise. De acordo com
uma reportagem do jornal em
língua árabe baseado em Londres "Al Hayat", uma delegação
egípcia visitou o soldado Shalit,
que teria três ferimentos e teria
recebido tratamento médico.
No fim de semana, citando
"mediadores" e sem dar detalhes, o gabinete palestino dissera que a condição do israelense
era "estável".
"Lições"
No anúncio divulgado ontem
os seqüestradores de Shalit dizem que Israel não "tirou lições" de outros casos.
O último soldado israelense
seqüestrado pelo Hamas foi
Nachson Wachsman, em 1994,
que foi morto pela organização
terrorista. Em artigo ao "Haaretz", a mãe de Wachsman acusou o governo de Israel de falta
de sensibilidade. "Não estou
pedindo a libertação de assassinos, mas eles [os líderes israelenses] não podem insultar a
nossa inteligência, pois já negociaram e já cederam ao terror."
Com agências internacionais
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