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Brasileiros dizem que naturalização pesa na decisão
GABRIELA MANZINI
DE SÃO PAULO
Brasileiros naturalizados
americanos que servem nas
Forças Armadas relataram à
Folha a influência que a rapidez na naturalização costuma ter na hora de decidir
pelo alistamento.
"O que pesou mais na minha decisão foi a promessa
de naturalização. Outros benefícios considerados foram
o plano de saúde familiar e
poder terminar a faculdade
aqui com tudo pago", conta o
sargento Marcos Vinicius
Costa, que está no Iraque.
Ele diz que, apesar da "dor
da distância", se realizou na
profissão. "Quando assinei o
contrato, era por três anos,
apenas. Quando estava acabando, renovei por mais dois
e meio. Se fosse só pela cidadania, teria feito o mínimo."
O sargento Luciano Rebouças, que nasceu na Bahia
e hoje está numa base no Estado da Geórgia (EUA), já era
naturalizado quando decidiu
se alistar, mas confirma que,
para muitos, o serviço militar
é como um atalho seguro.
"Muitos que conheço entraram por isso. Pensaram:
"Por que esperar e ainda correr risco de ter o pedido negado? Assim é mais rápido"."
Charlyston Schultz, naturalizado no evento com Obama, nunca foi para um campo de batalha, mas diz que
"está pronto para servir".
Já Rebouças, que já foi ao
Iraque três vezes -mais de
mil dias, ao todo-, alerta:
"Você tem que saber no que
está se metendo". "Conheço
um cara que entrou na Marinha e a primeira coisa que fizeram foi mandá-lo ao Afeganistão. Aí ele não aguentou.
Nem conseguiu [cidadania]."
O sargento, pai de um menino de 4 anos e uma menina
de 2, conta como o alistamento afetou sua família. "Minha
mãe ficou bem preocupada."
"No começo, você sempre
pensa no risco. Mas uma hora pensa: "Vou ficar com medo todo dia?". Querendo ou
não, vai haver perigo. Daí você coloca na mão de Deus."
Com ANDREA MURTA, de Washington
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