São Paulo, domingo, 04 de julho de 2010

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Brasileiros dizem que naturalização pesa na decisão

GABRIELA MANZINI
DE SÃO PAULO

Brasileiros naturalizados americanos que servem nas Forças Armadas relataram à Folha a influência que a rapidez na naturalização costuma ter na hora de decidir pelo alistamento.
"O que pesou mais na minha decisão foi a promessa de naturalização. Outros benefícios considerados foram o plano de saúde familiar e poder terminar a faculdade aqui com tudo pago", conta o sargento Marcos Vinicius Costa, que está no Iraque.
Ele diz que, apesar da "dor da distância", se realizou na profissão. "Quando assinei o contrato, era por três anos, apenas. Quando estava acabando, renovei por mais dois e meio. Se fosse só pela cidadania, teria feito o mínimo."
O sargento Luciano Rebouças, que nasceu na Bahia e hoje está numa base no Estado da Geórgia (EUA), já era naturalizado quando decidiu se alistar, mas confirma que, para muitos, o serviço militar é como um atalho seguro.
"Muitos que conheço entraram por isso. Pensaram:
"Por que esperar e ainda correr risco de ter o pedido negado? Assim é mais rápido"." Charlyston Schultz, naturalizado no evento com Obama, nunca foi para um campo de batalha, mas diz que "está pronto para servir".
Já Rebouças, que já foi ao Iraque três vezes -mais de mil dias, ao todo-, alerta:
"Você tem que saber no que está se metendo". "Conheço um cara que entrou na Marinha e a primeira coisa que fizeram foi mandá-lo ao Afeganistão. Aí ele não aguentou. Nem conseguiu [cidadania]."
O sargento, pai de um menino de 4 anos e uma menina de 2, conta como o alistamento afetou sua família. "Minha mãe ficou bem preocupada."
"No começo, você sempre pensa no risco. Mas uma hora pensa: "Vou ficar com medo todo dia?". Querendo ou não, vai haver perigo. Daí você coloca na mão de Deus."


Com ANDREA MURTA, de Washington


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