São Paulo, quarta-feira, 04 de agosto de 2004

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TRAGÉDIA

Saldo de mortos em incêndio é de 367; segundo um jornal do país, peritos consideram a hipótese de atentado

Donos de mercado paraguaio são acusados de homicídio

DA REDAÇÃO

Os donos do supermercado Ycuá Bolaños, Juan Pío Paiva, e seu filho, Daniel Paiva, foram indiciados ontem por homicídio doloso. Eles são acusados de mandar fechar as portas do local, no momento de um incêndio, para impedir que os consumidores saíssem sem pagar.
Morreram no incêndio 367 pessoas, segundo o governo. Dados conflitantes divulgados ontem indicavam a morte de até 464.
Quatro seguranças do supermercado também foram indiciados. Os promotores Edgar Sánchez e Teresa Sosa pediram a prisão preventiva dos seis acusados e o confisco de seus bens no valor de US$ 10 milhões.
Foi pedida ainda a prisão domiciliar do gerente do estabelecimento, Humberto Casaccia, acusado de omissão de socorro -há testemunhos segundo os quais ele fugiu sem prestar assistência às vítimas.
Os acusados seriam ouvidos ainda ontem pela Justiça. Segundo a denúncia dos promotores, a ordem do fechamento das portas partiu de Daniel Paiva, com a anuência do pai.
Juan Paiva negou a acusação, mas um dos seguranças admitiu, em depoimento, ter recebido ordens para fechar as portas após o início do fogo.
Segundo o jornal paraguaio "ABC Color", a hipótese oficial de que o fogo teria se originado de uma explosão de gás na praça de alimentação foi descartada por peritos em incêndio, que agora consideram a possibilidade de um atentado. De acordo com os peritos, os tanques de gás na praça de alimentação estavam intactos após o incêndio e a área não sofreu danos com as chamas.
O governo paraguaio disse que esperaria o término das perícias antes de um pronunciamento.
O ministro do Interior, Orlando Fiorotto, afirmou que 323 corpos já foram identificados e 44 estão em processo de reconhecimento. Cerca de 200 feridos, de um total de 454, seguiam hospitalizados. O governo recebeu ainda uma lista com nomes de 187 desaparecidos.
A Embaixada do Brasil em Assunção informou que, até ontem, não haviam sido encontrados brasileiros entre as vítimas. Tampouco houve contato de brasileiros em busca de familiares que pudessem estar no local.


Com agências internacionais

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