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TRAGÉDIA
Saldo de mortos em incêndio é de 367; segundo um jornal do país, peritos consideram a hipótese de atentado
Donos de mercado paraguaio são acusados de homicídio
DA REDAÇÃO
Os donos do supermercado
Ycuá Bolaños, Juan Pío Paiva, e
seu filho, Daniel Paiva, foram indiciados ontem por homicídio
doloso. Eles são acusados de
mandar fechar as portas do local,
no momento de um incêndio, para impedir que os consumidores
saíssem sem pagar.
Morreram no incêndio 367 pessoas, segundo o governo. Dados
conflitantes divulgados ontem indicavam a morte de até 464.
Quatro seguranças do supermercado também foram indiciados. Os promotores Edgar Sánchez e Teresa Sosa pediram a prisão preventiva dos seis acusados e
o confisco de seus bens no valor
de US$ 10 milhões.
Foi pedida ainda a prisão domiciliar do gerente do estabelecimento, Humberto Casaccia, acusado de omissão de socorro -há
testemunhos segundo os quais ele
fugiu sem prestar assistência às
vítimas.
Os acusados seriam ouvidos
ainda ontem pela Justiça. Segundo a denúncia dos promotores, a
ordem do fechamento das portas
partiu de Daniel Paiva, com a
anuência do pai.
Juan Paiva negou a acusação,
mas um dos seguranças admitiu,
em depoimento, ter recebido ordens para fechar as portas após o
início do fogo.
Segundo o jornal paraguaio
"ABC Color", a hipótese oficial de
que o fogo teria se originado de
uma explosão de gás na praça de
alimentação foi descartada por
peritos em incêndio, que agora
consideram a possibilidade de
um atentado. De acordo com os
peritos, os tanques de gás na praça de alimentação estavam intactos após o incêndio e a área não
sofreu danos com as chamas.
O governo paraguaio disse que
esperaria o término das perícias
antes de um pronunciamento.
O ministro do Interior, Orlando
Fiorotto, afirmou que 323 corpos
já foram identificados e 44 estão
em processo de reconhecimento.
Cerca de 200 feridos, de um total
de 454, seguiam hospitalizados. O
governo recebeu ainda uma lista
com nomes de 187 desaparecidos.
A Embaixada do Brasil em Assunção informou que, até ontem,
não haviam sido encontrados
brasileiros entre as vítimas. Tampouco houve contato de brasileiros em busca de familiares que
pudessem estar no local.
Com agências internacionais
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