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No Iraque, Bush cogita diminuir tropas
Presidente dos EUA faz visita-surpresa a Anbar poucos dias antes de divulgação de relatório sobre situação no país árabe
Província, onde sunitas lutam ao lado dos soldados americanos, é palco para tentar convencer eleitores de que há avanços no Iraque
Jason Reed/Reuters
![](../images/e0409200701.jpg) |
Bush é seguido por seu secretário da Defesa, Robert Gates, e pela secretária de Estado, Condoleezza Rice, na base de Al Asad |
DA REDAÇÃO
O presidente dos EUA, George W. Bush, fez ontem uma visita-surpresa à Província iraquiana de Anbar, onde admitiu
que poderá reduzir o atual contingente americano no Iraque
-de cerca de 150 mil soldados.
A visita ao Iraque tinha como
objetivo oficial colocar Bush
em reunião com o comandante
americano das tropas no país
árabe, general David Petraeus,
e o embaixador dos EUA no
Iraque, Ryan Crocker.
Bush, que não deixou as dependências da base militar de
Al Asad, recebeu também líderes tribais árabes sunitas, grupo étnico-religioso que domina
a Província de Anbar, e o premiê iraquiano, Nuri al Maliki.
Embora assessores da Casa
Branca tenham negado que o
objetivo da visita fosse "publicitário", o fato é que o general
Petraeus e o embaixador Crocker falam no próximo dia 11 ao
Congresso dos EUA sobre os
progressos políticos e de segurança no Iraque, e um relatório
da Casa Branca sobre o mesmo
assunto será apresentado aos
parlamentares no dia 15.
Em vista disso, e também de
olho nas eleições do ano que
vem, figuras de peso do oposicionista Partido Democrata
têm atacado justamente a falta
de progressos no país do Oriente Médio. Além das reiteradas
tentativas de forçar Bush a estabelecer um cronograma para
a retirada das tropas americanas do Iraque, os democratas
têm mais recentemente atacado o premiê iraquiano, o xiita
Nuri al Maliki, por não conseguir fazer caminhar um acordo
de união nacional no país. Mesmo parlamentares republicanos, pensando nas eleições legislativas, têm procurado se
afastar do calcanhar-de-aquiles
de Bush, criticando a manutenção de tropas no Iraque.
Uma visita a Anbar, onde os
EUA conseguiram apoio de tribos sunitas para combater a Al
Qaeda, serviria então para mostrar ao público interno -entenda-se eleitores americanos
e republicanos dissidentes-
que a presença no Iraque está
surtindo efeito. Uma argumentação para a qual Bagdá não seria o cenário mais adequado,
dado que a violência sectária na
capital iraquiana tem se mantido em níveis elevados, apesar
do aumento do número de soldados alocados pelos EUA na
cidade desde o início do ano.
Conclusões apressadas
"[Petraeus e Crocker] me
disseram que, se o tipo de sucesso que vemos aqui continuar, será possível manter o
mesmo nível de segurança com
menos soldados americanos",
afirmou Bush após se reunir
com o militar e o diplomata
-embora não tenha dado nenhuma informação adicional
sobre essa eventual retirada.
"O Congresso não deve tirar
conclusões apressadas até que
o general e o embaixador apresentem seu relatório", disse
ainda o presidente.
Bush, que levou consigo a
Anbar a secretária de Estado,
Condoleezza Rice, e o secretário da Defesa, Robert Gates, recebeu também em Al Asad o
presidente do Iraque, Jalal Talabani. "Essa será a última
grande reunião do presidente
antes que ele tome uma decisão
sobre os próximos passos" a
adotar no Iraque, declarou
Geoff Morrell, secretário de
Imprensa do Pentágono.
Segundo o "New York Times", espera-se que o general
Petraeus sugira ao presidente
que os cerca de 30 mil homens
a mais enviados ao Iraque neste
ano permaneçam lá até meados
do ano que vem -uma iniciativa que deve ter o apoio de Bush.
O presidente americano ainda falou aos soldados da base.Ele elogiou seus esforços e foi
ovacionado pelos militares.
Após sua terceira visita ao
Iraque, a primeira fora da capital, Bush segue agora para a
Austrália, a fim de participar já
hoje de uma cúpula da Apec (sigla em inglês para Cooperação
Econômica da Ásia-Pacífico).
Com agências internacionais e "The New York
Times"
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