São Paulo, domingo, 04 de setembro de 2011

Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

EUA e Reino Unido enviaram presos à Líbia

Papéis encontrados em Trípoli mostram estreita cooperação entre as inteligências líbia, americana e britânica

Descrições de operações secretas foram achadas por jornalistas dentro de prédio do serviço de inteligência do ditador


Esam al Fetori/Reuters
Rebeldes armados vigiam estrada nas proximidades de Sirte, cidade
natal e bastião do ditador líbio, Muammar Gaddafi


DE SÃO PAULO

Documentos encontrados em um escritório abandonado do serviço de inteligência do ditador Muammar Gaddafi, em Trípoli, descrevem uma relação profunda entre o regime, a CIA (agência de inteligência dos EUA) e seu equivalente britânico, o MI-6.
Segundo o jornal "The New York Times", EUA e Reino Unido enviaram suspeitos de terrorismo para interrogatório na Líbia, a despeito da reputação do serviço secreto líbio de praticar tortura.
Os papéis, afirma o "NYT", abrangem operações realizadas entre 2002 e 2007, quando a inteligência líbia era chefiada por Moussa Koussa (ex-premiê de Gaddafi que desertou em março).
O elo entre Washington, Londres e Trípoli era conhecido desde 2004, mas esses documentos, obtidos por jornalistas e ativistas da Human Rights Watch, mostram que ele era mais forte do que se imaginava.
Não foi possível verificar a autenticidade dos registros, porém as ações descritas se parecem com as do programa da CIA de transferência de supostos membros da Al Qaeda para interrogatório em outros países.
Entre os documentos achados em Trípoli estão instruções da CIA para que a Líbia enviasse à Malásia um avião para buscar um suspeito. Os americanos teriam enviado até 89 perguntas que deveriam ser feitas.
Questionada, a CIA não comentou o conteúdo dos documentos e disse que suas relações com outros governos "não devem ser surpresa".
O Ministério das Relações Exteriores britânico disse que é política do governo não comentar assuntos envolvendo operações da inteligência.

ULTIMATO
O presidente do conselho rebelde, Mustafa Abdel Jalil, disse ontem que permitirá o restabelecimento da energia elétrica e a entrada de ajuda humanitária em cidades que são bastiões gaddafistas, mas que manterá o cerco a elas até o fim do prazo para rendição, daqui uma semana.


Próximo Texto: Bloqueio a bens líbios não afeta banco, diz BC
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.