DA REDAÇÃO

O ator Arnold Schwarzenegger, que lidera as pesquisas para o governo da Califórnia, teve de voltar a se defender ontem -desta vez, de ter feito no passado declarações simpáticas a Adolf Hitler.
"As pessoas conhecem o meu caráter", afirmou o candidato republicano sobre sua suposta simpatia ao nazismo e as alegações anteriores de assédio sexual.
A nova acusação foi divulgada pela rede de TV ABC e publicada ontem pelo jornal "The New York Times". Segundo os veículos, o ator, que é austríaco, teria manifestado numa entrevista em 1975 admiração pelo líder nazista.
"Eu admiro Hitler, porque ele saiu de uma condição simples, quase sem educação, para o poder", teria dito Schwarzenegger. "Eu o admiro por ter sido tão bom orador e pelo que fez com isso."
As declarações teriam sido dadas ao documentarista George Butler, que é amigo do ator e pretendia publicar um livro sobre ele com o material que recolhesse.
Schwarzenegger disse não se lembrar dessas afirmações. "Desprezo tudo o que os nazistas e Hitler fizeram." Na campanha, também já foi explorado o fato de o pai do ator ter integrado um grupo especial das tropas nazistas.
Ao mesmo tempo, surgiram novas acusações de assédio sexual, após o "Los Angeles Times" publicar anteontem as alegações de seis supostas vítimas. No mesmo dia da reportagem, o candidato já havia reconhecido que se comportara mal e pedido desculpas.
Com as novas acusações, grupos de defesa das mulheres protestaram na Califórnia e pediram que o ator desistisse da eleição.
A ofensiva contra Schwarzenegger ainda contou com um anúncio publicado ontem na imprensa por atores, produtores e executivos de Hollywood para pedir voto contra a saída de Davis. Entre os atores estão Danny Glover, Barbara Streisand e Pierce Brosnan.
Na contramão da série de denúncias sobre sua vida pessoal, Schwarzenegger apareceu como líder em mais duas pesquisas de intenção de voto, uma da TV local KABC e outra do instituto Field.
Na segunda, divulgada ontem, o ator tem 36%, contra 26% do segundo colocado, o vice-governador democrata Cruz Bustamante.
Outro boa notícia para Schwarzenegger veio de seu país. A revista austríaca "NU" publicou que o ator, então com 17 anos, ajudou a dispersar uma manifestação nazista em 1964 na cidade de Graz.
No próximo dia 7, os eleitores californianos decidirão se retiram do cargo o governador democrata Gray Davis. Caso votem pela saída, escolherão um substituto.