São Paulo, segunda-feira, 04 de outubro de 2004

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ORIENTE MÉDIO

Mais dez palestinos morrem na ofensiva israelense na região; total de mortos nos ataques de Israel chega a 55

Sharon promete ampliar operação em Gaza

DA REDAÇÃO

Mais dez palestinos morreram ontem na faixa de Gaza como resultado da operação que realiza o Exército de Israel, que ampliará sua ação na região, segundo anunciou ontem o primeiro-ministro Ariel Sharon. Desde o lançamento da operação, na semana passada, 55 palestinos morreram.
De acordo com Sharon, a ofensiva continuará sendo ampliada até que os militantes de grupos terroristas palestinos parem de lançar mísseis em direção a Israel.
O premiê precisa mostrar que pode parar esses ataques para defender-se de oposicionistas de direita. Estes dizem que retirar tropas e colonos judeus de Gaza só encorajará a ocorrência de mais ataques por parte dos palestinos.
Sharon disse à rádio militar que o Exército vai expandir a área de segurança ao norte de Gaza para proteger as cidades israelenses e para assegurar que nenhuma retirada será feita sob fogo. "A saída da faixa de Gaza é um plano que será realizado, e todas as ordens foram foram dadas para assegurar que nenhum tiro será disparado durante a retirada e nem depois dela", disse Sharon.
Um comandante do Exército disse que a operação poderia durar "semanas". "Nossas forças atuam de maneira profissional e eficaz", disse Sharon, que afirmou também que a ofensiva durará "o tempo que for necessário".
Militantes dos grupos terroristas palestinos disseram que vão retaliar a ofensiva de Israel.
Por volta de 200 tanques e veículos blindados cercaram os 9 km2 da porção norte da faixa onde fica o campo de refugiados de Jabalya, um dos pontos de concentração dos militantes dos grupos terroristas. Com o cerco, os residentes do campo de 100 mil habitantes diziam estar apavorados.
Oito das dez mortes de ontem aconteceram no campo de refugiados de Jabalya. Os outros dois palestinos mortos foram vítimas de um ataque aéreo em Beit Hanun. Ambos eram membros das brigadas Salahedin, braço armado dos Comitês de Resistência Popular, segundo um porta-voz desse grupo.
No início da madrugada de hoje em Gaza, Israel lançou mais um ataque aéreo na região que feriu dois membros do alto escalão do Hamas.
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Iasser Arafat, pediu que as pessoas resistam "a esses racistas, bárbaros e criminosos". Mas disse também que os "militantes" deviam interromper os ataques de mísseis para que evitassem "dar um pretexto a Israel".
Anteontem, Sharon havia rechaçado uma oferta de cessar-fogo do Hamas, que havia dito estar disposto a pôr fim aos disparos de mísseis se o Exército israelense interrompesse suas operações.
O ministro palestino encarregado das negociações, Saeb Erekat, manifestou sua decepção com a "ausência" de reação internacional aos ataques promovidos por Israel, o que teria, segundo ele, "encorajado Ariel Sharon a afirmar a continuidade da operação".
A Liga Árabe pediu que a ONU convoque em caráter de "urgência" sessões na Assembléia Geral e no Conselho de Segurança para "deter a guerra de extermínio contra o povo palestino", segundo comunicado de seus membros, que estavam no Cairo.


Com agências internacionais

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