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ORIENTE MÉDIO
Mais dez palestinos morrem na ofensiva israelense na região; total de mortos nos ataques de Israel chega a 55
Sharon promete ampliar operação em Gaza
DA REDAÇÃO
Mais dez palestinos morreram
ontem na faixa de Gaza como resultado da operação que realiza o
Exército de Israel, que ampliará
sua ação na região, segundo
anunciou ontem o primeiro-ministro Ariel Sharon. Desde o lançamento da operação, na semana
passada, 55 palestinos morreram.
De acordo com Sharon, a ofensiva continuará sendo ampliada
até que os militantes de grupos
terroristas palestinos parem de
lançar mísseis em direção a Israel.
O premiê precisa mostrar que
pode parar esses ataques para defender-se de oposicionistas de direita. Estes dizem que retirar tropas e colonos judeus de Gaza só
encorajará a ocorrência de mais
ataques por parte dos palestinos.
Sharon disse à rádio militar que
o Exército vai expandir a área de
segurança ao norte de Gaza para
proteger as cidades israelenses e
para assegurar que nenhuma retirada será feita sob fogo. "A saída
da faixa de Gaza é um plano que
será realizado, e todas as ordens
foram foram dadas para assegurar que nenhum tiro será disparado durante a retirada e nem depois dela", disse Sharon.
Um comandante do Exército
disse que a operação poderia durar "semanas". "Nossas forças
atuam de maneira profissional e
eficaz", disse Sharon, que afirmou
também que a ofensiva durará "o
tempo que for necessário".
Militantes dos grupos terroristas palestinos disseram que vão
retaliar a ofensiva de Israel.
Por volta de 200 tanques e veículos blindados cercaram os 9
km2 da porção norte da faixa onde
fica o campo de refugiados de Jabalya, um dos pontos de concentração dos militantes dos grupos
terroristas. Com o cerco, os residentes do campo de 100 mil habitantes diziam estar apavorados.
Oito das dez mortes de ontem
aconteceram no campo de refugiados de Jabalya. Os outros dois
palestinos mortos foram vítimas
de um ataque aéreo em Beit Hanun. Ambos eram membros das
brigadas Salahedin, braço armado dos Comitês de Resistência
Popular, segundo um porta-voz
desse grupo.
No início da madrugada de hoje
em Gaza, Israel lançou mais um
ataque aéreo na região que feriu
dois membros do alto escalão do
Hamas.
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Iasser
Arafat, pediu que as pessoas resistam "a esses racistas, bárbaros e
criminosos". Mas disse também
que os "militantes" deviam interromper os ataques de mísseis para que evitassem "dar um pretexto a Israel".
Anteontem, Sharon havia rechaçado uma oferta de cessar-fogo do Hamas, que havia dito estar
disposto a pôr fim aos disparos de
mísseis se o Exército israelense interrompesse suas operações.
O ministro palestino encarregado das negociações, Saeb Erekat,
manifestou sua decepção com a
"ausência" de reação internacional aos ataques promovidos por
Israel, o que teria, segundo ele,
"encorajado Ariel Sharon a afirmar a continuidade da operação".
A Liga Árabe pediu que a ONU
convoque em caráter de "urgência" sessões na Assembléia Geral e
no Conselho de Segurança para
"deter a guerra de extermínio
contra o povo palestino", segundo comunicado de seus membros, que estavam no Cairo.
Com agências internacionais
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