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Turco seqüestra avião com 113 a bordo
Seqüestrador, que é cristão e se entregou após aterrissar na Itália, queria transmitir mensagem ao papa
DA REDAÇÃO
Um homem turco seqüestrou ontem um avião com 113
pessoas a bordo que fazia a rota
entre a Albânia e a Turquia, forçando um pouso na Itália, onde
acabou se rendendo. Ninguém
ficou ferido.
O Boeing 737-400, da empresa aérea Turkish Airlines foi seqüestrado no espaço aéreo grego e aterrissou no aeroporto
italiano de Brindisi.
"O homem entrou na cabine
e disse: "Há dois de nós", o que
levou as autoridades a acreditar
que ele não estava agindo sozinho", informou à agência de
notícias Associated Press um
agente italiano de segurança
em Brindisi, sob a condição de
anonimato. "Havia apenas um
seqüestrador, que se entregou
às autoridades no aeroporto."
Giuseppe Giannuzzi, promotor-chefe da vizinha cidade de
Lecce, disse ontem à tarde, em
entrevista coletiva, que o homem, identificado por autoridades turcas como Hakan
Ekinci, 28, ainda não havia sido
interrogado.
Os passageiros foram interrogados individualmente para
confirmar suas identidades e
checar uma eventual ligação
com o seqüestrador.
Funcionários da Turkish Airlines inicialmente disseram
que o seqüestro teria ocorrido
para protestar contra a visita
do papa Bento 16 à Turquia, no
mês que vem. No entanto, o governo turco afirmou que o objetivo era conseguir asilo político.
Já o agente de segurança de
Brindisi disse que o seqüestrador queria entregar uma mensagem ao papa, mas ele não
soube informar o seu conteúdo.
Segundo a rede de televisão
turca NTV, o seqüestrador se
converteu ao cristianismo em
1998 e é um dissidente do Exército da Turquia que buscava o
apoio do papa Bento 16.
Após a aterrissagem em
Brindisi, foram iniciadas as negociações com o seqüestrador a
partir da torre de controle, enquanto o ministro do Interior
italiano, Giuliano Amato, convocou uma reunião de crise para acompanhar o caso.
A aeronave, que levava 107
passageiros e 6 tripulantes, foi
interceptada por caças gregos e
em seguida por F-16 italianos,
que a obrigaram a descer no aeroporto de Brindisi.
Pânico
Um deputado albanês, Sabri
Abazi, que se encontrava dentro do avião, disse à agência de
notícias Ansa que ninguém
usou armas em nenhum momento. Segundo ele, "os passageiros entraram em pânico".
Para Abazi, havia ao menos
dois envolvidos na ação. "Os seqüestradores não disseram nada aos passageiros. Entraram
na cabine do piloto, mas só vimos um deles sair, um homem
de uns 30 anos vestido com
roupa esportiva".
A visita do papa à Turquia,
país de maioria muçulmana,
ocorrerá pouco depois da onda
de protestos e críticas provocadas por declarações na Alemanha em que citou uma frase ligando o islamismo à violência.
O Vaticano segue com atenção as notícias sobre o seqüestro do avião turco e "aguarda
mais informações", afirmou o
chefe de imprensa da Santa Sé,
padre Federico Lombardi.
Os aeroportos de Brindisi e
Tirana (Albânia) ficaram fechados durante várias horas, e o
tráfego aéreo local italiano foi
desviado ao aeroporto de Bari.
Com agências internacionais
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