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Em campanha à Presidência, Tony Blair liga para Sarkozy e Merkel
DO "FINANCIAL TIMES"
O ex-premiê britânico Tony
Blair começou a entrar em contato com líderes europeus para
angariar apoio a sua campanha
para tornar-se o primeiro presidente em tempo integral do
bloco, disseram fontes governamentais da UE. Veio à tona
ontem que Blair defendeu sua
candidatura em telefonemas
feitos no fim de semana ao presidente francês, Nicolas Sarkozy, e à chanceler (premiê) da
Alemanha, Angela Merkel.
A decisão de Blair de intensificar a campanha não oficial foi
tomada ante evidências crescentes de que a maioria dos governos da UE preferiria que o
cargo ficasse com uma figura de
menos expressão, de um país
menor que o Reino Unido.
Diplomatas e analistas independentes da UE disseram que
isso aponta para a probabilidade de ser escolhido um líder como os primeiros-ministros
Herman Van Rompuy (Bélgica), Jan Peter Balkenende (Holanda) ou Jean-Claude Juncker
(Luxemburgo).
Sem favorito claro entre os
candidatos de países menores,
e com muitos líderes nacionais
avessos a declarar preferência,
os analistas disseram que é possível que Blair tenha chances de
êxito -a despeito da dificuldade do governo trabalhista britânico para encontrar apoio ao
nome do colega na semana passada em cúpula da UE.
A decisão final caberá aos 27
chefes de Estado e de governo
da UE, e a previsão é que seja
tomada em cúpula especial a
ser realizada neste mês.
"A impressão é que mais e
mais líderes parecem concordar que preferem um "presidente do conselho" (figura mais
discreta) a um 'presidente" do
Conselho Europeu", disse Antonio Missiroli, diretor do Centro de Política Europeia.
As chances de Juncker continuam a existir em parte em
função de um possível acordo
pelo qual o Reino Unido retiraria sua oposição a ele em troca
de uma promessa de que o
chanceler britânico, David Miliband, seja alçado à chefia de
política externa da UE.
Um sinal revelador do fato de
que muitos governos encaram
a Presidência em tempo integral como cargo relativamente
limitado emergiu em reunião
entre líderes da Espanha, Bélgica e Hungria no ano passado.
Entre janeiro próximo e junho de 2011 cada um deles passará seis meses na Presidência
rotativa, que continuará a existir -com o propósito de presidir as reuniões ministeriais
mensais da UE- apesar da
criação da Presidência integral.
Os três deixaram clara a oposição à redução grande dos poderes da Presidência rotativa.
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