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Irã rejeita diálogo com final "ditado pelos EUA"
Para líder supremo, Casa Branca quer impor desfecho de conversas nucleares
Declaração de aiatolá Ali Khamenei surge em meio a pressões americanas para que Teerã responda à última oferta atômica do Ocidente
DA EFE
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse ontem
que rejeita qualquer negociação sobre o programa nuclear
de Teerã "cujo desfecho seja
imposto de antemão pelos Estados Unidos".
A advertência de Khamenei
surge em meio a uma escalada
retórica sobre o programa atômico iraniano -suspeito de ter
fins militares, o que Teerã nega.
Na segunda-feira, as potências ocidentais aumentaram a
pressão sobre o Irã para que
responda rapidamente a uma
proposta da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) pela qual Teerã enviaria
parte de seu urânio para ser
enriquecido fora do país -uma
maneira de dificultar a eventual tentativa de produção de
uma bomba por Teerã.
Na proposta colocada sobre a
mesa no último dia 21, o Irã se
comprometeria a enviar 1.200
kg de urânio pouco enriquecido
-dos estimados 1.500 kg que
possui- à Rússia até 15 de janeiro. O elemento seria depois
repassado à França, que o adequaria ao reator do Irã para fins
de pesquisa e uso médico.
Teerã respondeu com uma
contraproposta vaga, que irritou a Casa Branca. Os EUA reiteraram anteontem que o Irã
deve "pegar ou largar" a oferta.
Segundo Khamenei, Washington busca ditar o rumo das
conversas -pôr fim ao programa nuclear iraniano. "Os EUA
são um poder arrogante, e a nação iraniana não será enganada
por sua aparente conduta de reconciliação", disse o líder supremo, numa referência aos
acenos de Barack Obama.
Irã e EUA romperam em
1980, depois que militantes islâmicos tomaram 52 reféns na
embaixada americana em Teerã em represália ao asilo dado
por Washington ao xá deposto.
O 30º aniversário do sequestro, que durou 444 dias e abriu
a era de sanções contra o Irã,
será festejado hoje no país.
Contrariando advertências do
governo, a oposição pretende
aproveitar a data para retomar
os protestos contra a controversa reeleição de Mahmoud
Ahmadinejad, em junho.
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