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Derrota do presidente dá largada para sua sucessão
Republicanos ganham nomes para 2012, mas Obama não está fora do jogo
Mesmo nos democratas, há quem seja contra a reeleição de Obama e queira Hillary; dúvida é
sobre independente
DE BOSTON
Os resultados da eleição
americana de anteontem devem ser lidos como um recado ao presidente Barack Obama de que seu governo não
corre bem nos trilhos que
quer o eleitor.
Mas isso não significa que
o mundo, para o democrata,
vai acabar em 2012.
"A menos que a situação
do Afeganistão alimente um
novo movimento anti-guerra, as perspectivas de Obama
dependem da força da recuperação econômica", disse à
Folha Thomas E. Mann, do
centro de estudos Brookings,
em Washington.
Os prognósticos, ainda tímidos, são de crescimento
da economia.
É impossível, porém, dizer
se o fôlego será suficiente para levantar desgarrados.
"A história mostra que os
dois anos entre as eleições
são uma eternidade", escreve Frank Newport, do instituto Gallup.
"Bill Clinton e Ronald Reagan viram seus partidos perderem assentos em 1994 e
1982, e ainda assim se reelegeram facilmente dois anos
depois."
Os dois presidentes revisaram o curso de seus governos -algo que analistas como David Gergen julgam
Obama incapaz de fazer.
Ainda assim, ambos foram
embalados pela melhora da
economia.
Para Charles Stewart 3º,
do MIT, a maioria dos fatores
determinantes foge ao controle do presidente.
"Ele vai parecer mais "presidencial" do que o candidato republicano? Ou alguém
radical vai desafiá-lo no seu
partido e fazê-lo parecer moderado?", pergunta.
No partido democrata, o
único nome que emerge
além de Obama é o de sua secretária de Estado, Hillary
Clinton -e analistas acham
improvável que ela o enfrente. A maioria dos eleitores
democratas (52%) defende o
presidente, mas Hillary já
tem o apoio de 37%.
INDEPENDENTES?
Do lado republicano, não
há sombra de consenso.
Mann ressalva que os mais
interessados hoje são os integrantes do movimento ultraconservador Tea Party, que
correm o risco de serem considerados radicais demais
para representar o partido.
Nomes citados são o da ex-candidata a vice-presidente
Sarah Palin, o do ídolo da direita cristã Mike Huckabee e,
entre os moderados, do ex-governador de Massachusetts Mitt Romney -os últimos dois disputaram a candidatura em 2008.
Tim Pawlenty, governador
moderado de Minessota, está
em ascensão.
E governadores são beneficiados pela máquina e a infraestrutura partidária estatal, agora em larga maioria
com os republicanos.
"Uma grande questão",
afirma Stewart, "é se Michael
Bloomberg, o prefeito de Nova York, vai concorrer."
O milionário do serviço de
informações financeiras que
leva seu nome, um conservador moderado, é o candidato
independente ideal aos
olhos dos analistas -e o clamor por um terceiro partido,
ou ao menos um terceiro nome, cresce em pesquisas.
"Este ano não foi tão bom
para os candidatos independentes que se bancaram sozinhos, mas ele é um prefeito
bem-sucedido e um ás político", diz Stewart. "Só não sei
se ele tiraria mais votos de
Obama ou dos republicanos." (LUCIANA COELHO)
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