São Paulo, quinta-feira, 04 de novembro de 2010

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Derrota do presidente dá largada para sua sucessão

Republicanos ganham nomes para 2012, mas Obama não está fora do jogo

Mesmo nos democratas, há quem seja contra a reeleição de Obama e queira Hillary; dúvida é sobre independente

DE BOSTON

Os resultados da eleição americana de anteontem devem ser lidos como um recado ao presidente Barack Obama de que seu governo não corre bem nos trilhos que quer o eleitor.
Mas isso não significa que o mundo, para o democrata, vai acabar em 2012.
"A menos que a situação do Afeganistão alimente um novo movimento anti-guerra, as perspectivas de Obama dependem da força da recuperação econômica", disse à Folha Thomas E. Mann, do centro de estudos Brookings, em Washington.
Os prognósticos, ainda tímidos, são de crescimento da economia.
É impossível, porém, dizer se o fôlego será suficiente para levantar desgarrados.
"A história mostra que os dois anos entre as eleições são uma eternidade", escreve Frank Newport, do instituto Gallup.
"Bill Clinton e Ronald Reagan viram seus partidos perderem assentos em 1994 e 1982, e ainda assim se reelegeram facilmente dois anos depois."
Os dois presidentes revisaram o curso de seus governos -algo que analistas como David Gergen julgam Obama incapaz de fazer. Ainda assim, ambos foram embalados pela melhora da economia.
Para Charles Stewart 3º, do MIT, a maioria dos fatores determinantes foge ao controle do presidente.
"Ele vai parecer mais "presidencial" do que o candidato republicano? Ou alguém radical vai desafiá-lo no seu partido e fazê-lo parecer moderado?", pergunta.
No partido democrata, o único nome que emerge além de Obama é o de sua secretária de Estado, Hillary Clinton -e analistas acham improvável que ela o enfrente. A maioria dos eleitores democratas (52%) defende o presidente, mas Hillary já tem o apoio de 37%.

INDEPENDENTES?
Do lado republicano, não há sombra de consenso. Mann ressalva que os mais interessados hoje são os integrantes do movimento ultraconservador Tea Party, que correm o risco de serem considerados radicais demais para representar o partido.
Nomes citados são o da ex-candidata a vice-presidente Sarah Palin, o do ídolo da direita cristã Mike Huckabee e, entre os moderados, do ex-governador de Massachusetts Mitt Romney -os últimos dois disputaram a candidatura em 2008.
Tim Pawlenty, governador moderado de Minessota, está em ascensão.
E governadores são beneficiados pela máquina e a infraestrutura partidária estatal, agora em larga maioria com os republicanos.
"Uma grande questão", afirma Stewart, "é se Michael Bloomberg, o prefeito de Nova York, vai concorrer."
O milionário do serviço de informações financeiras que leva seu nome, um conservador moderado, é o candidato independente ideal aos olhos dos analistas -e o clamor por um terceiro partido, ou ao menos um terceiro nome, cresce em pesquisas.
"Este ano não foi tão bom para os candidatos independentes que se bancaram sozinhos, mas ele é um prefeito bem-sucedido e um ás político", diz Stewart. "Só não sei se ele tiraria mais votos de Obama ou dos republicanos." (LUCIANA COELHO)


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