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Bush autorizou tortura de mentor do 11 de Setembro
Ex-presidente dos EUA lança na próxima semana livro com revelações do período em que esteve no poder
Líder também deu aval para que os militares derrubassem aviões sob comando dos terroristas no dia dos atentados
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O ex-presidente americano George W. Bush escreveu
ter autorizado o uso da tortura contra o suspeito de ser o
mentor dos atentados terroristas de 11 de Setembro,
Khalid Sheikh Mohammed.
Para Bush, o interrogatório do paquistanês Mohammed, que envolveu afogamento simulado, contribuiu
para "salvar vidas".
Essa é uma das revelações
do livro "Decision Points"
(momentos de decisão, em
tradução livre), uma espécie
de memórias do ex-presidente, que será lançado nos EUA
na próxima semana.
Ele afirmou que foi pego
de surpresa pela imprensa
sobre os atos de tortura na
prisão de Abu Ghraib no Iraque.
"Os militares estavam investigando indícios de abuso
na prisão, mas não tinha
ideia de quão grotescas as fotos seriam", escreveu.
As fotografias com cenas
de tortura foram mostradas
por uma emissora de TV.
Outra informação importante se relaciona ao 11 de Setembro em Nova York.
Bush ordenou aos militares que abatessem aviões
controlados por terroristas,
mesmo que estivessem
cheios de civis.
A decisão foi motivada pela falta de informações que
afastassem o pânico. A queda da última aeronave também contribuiu.
Quanto à guerra do Iraque,
Bush admitiu que "se sente
mal" sobre as armas atômicas que não foram encontradas no Iraque, justificativa
americana para a invasão.
Mas o ex-presidente não se
arrepende de ter comandado
a guerra. "A América está
mais segura sem um ditador
homicida patrocinando o terrorismo no coração do Oriente Médio", escreveu.
Admite, porém, que houve
erro de estratégia do Exército
americano. "Cortar o número
de soldados tão rapidamente
foi a falha mais importante
durante a guerra", afirmou.
CHENEY
Entre correligionários e
oposicionistas, o destaque é
o ex-vice-presidente Dick
Cheney, quase substituído
por Bill Frist, líder da maioria
republicana no Senado, no
começo da campanha para
as presidenciais de 2004.
Bush destacou que o objetivo da substituição era acabar com as críticas que atribuíam ao vice-presidente a tarefa de tomar as decisões
na Casa Branca.
Isso demonstraria que "estava no comando do governo", capaz de liderar e ditar
as regras.
Para escolher a equipe de
governo, Bush disse que
olhava o "caráter e a personalidade" para criar uma cultura "pautada pela lealdade,
não em relação a mim, mas
ao país e aos nossos ideais".
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