São Paulo, quinta-feira, 04 de novembro de 2010

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Bush autorizou tortura de mentor do 11 de Setembro

Ex-presidente dos EUA lança na próxima semana livro com revelações do período em que esteve no poder

Líder também deu aval para que os militares derrubassem aviões sob comando dos terroristas no dia dos atentados

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O ex-presidente americano George W. Bush escreveu ter autorizado o uso da tortura contra o suspeito de ser o mentor dos atentados terroristas de 11 de Setembro, Khalid Sheikh Mohammed.
Para Bush, o interrogatório do paquistanês Mohammed, que envolveu afogamento simulado, contribuiu para "salvar vidas".
Essa é uma das revelações do livro "Decision Points" (momentos de decisão, em tradução livre), uma espécie de memórias do ex-presidente, que será lançado nos EUA na próxima semana.
Ele afirmou que foi pego de surpresa pela imprensa sobre os atos de tortura na prisão de Abu Ghraib no Iraque.
"Os militares estavam investigando indícios de abuso na prisão, mas não tinha ideia de quão grotescas as fotos seriam", escreveu.
As fotografias com cenas de tortura foram mostradas por uma emissora de TV.
Outra informação importante se relaciona ao 11 de Setembro em Nova York.
Bush ordenou aos militares que abatessem aviões controlados por terroristas, mesmo que estivessem cheios de civis.
A decisão foi motivada pela falta de informações que afastassem o pânico. A queda da última aeronave também contribuiu.
Quanto à guerra do Iraque, Bush admitiu que "se sente mal" sobre as armas atômicas que não foram encontradas no Iraque, justificativa americana para a invasão.
Mas o ex-presidente não se arrepende de ter comandado a guerra. "A América está mais segura sem um ditador homicida patrocinando o terrorismo no coração do Oriente Médio", escreveu.
Admite, porém, que houve erro de estratégia do Exército americano. "Cortar o número de soldados tão rapidamente foi a falha mais importante durante a guerra", afirmou.

CHENEY
Entre correligionários e oposicionistas, o destaque é o ex-vice-presidente Dick Cheney, quase substituído por Bill Frist, líder da maioria republicana no Senado, no começo da campanha para as presidenciais de 2004.
Bush destacou que o objetivo da substituição era acabar com as críticas que atribuíam ao vice-presidente a tarefa de tomar as decisões na Casa Branca.
Isso demonstraria que "estava no comando do governo", capaz de liderar e ditar as regras.
Para escolher a equipe de governo, Bush disse que olhava o "caráter e a personalidade" para criar uma cultura "pautada pela lealdade, não em relação a mim, mas ao país e aos nossos ideais".


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