São Paulo, sábado, 04 de dezembro de 2004

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DIPLOMACIA

Para secretário, negociação é "equivocada"

EUA criticam iniciativa espanhola para libertar dissidentes em Cuba

FABIANO MAISONNAVE
DE WASHINGTON

A recente iniciativa do governo espanhol de normalizar as relações diplomáticas com Cuba em troca da libertação de presos políticos foi chamada ontem de "equivocada" por Roger Noriega, secretário-assistente de Estado dos EUA para o Hemisfério Ocidental.
"Uma política [para Cuba] não deve ser feita com um regime em desintegração e decadente, mas envolvendo-se com a população", disse Noriega. "Fazer concessões dessa natureza é realmente uma política equivocada, todos deveríamos concordar com isso."
Nos últimos dias, o ditador Fidel Castro soltou seis opositores que integravam um grupo de 75 dissidentes políticos presos desde abril de 2003. As libertações têm sido atribuídas à intervenção do premiê socialista espanhol José Luis Rodríguez Zapatero.
Desde que assumiu, em abril passado, Zapatero mantém relações estremecidas com os EUA, sobretudo pela decisão de retirar as tropas espanholas do Iraque.
Irônico, Noriega disse que o chanceler cubano, Felipe Pérez Roque, deve estar "rindo" da situação. "O chanceler Pérez Roque disse meses atrás que "a Espanha se arrastaria de joelhos até Havana". Quando li isso, eu ri. Imagino que Pérez Roque é quem esteja rindo agora".
As declarações de Noriega foram feitas durante uma palestra no CSIS (Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais, na sigla em inglês) sobre a política externa americana para a América Latina no segundo mandato do presidente George W. Bush, que começa no dia 20 de janeiro. A palestra foi assistida, entre os embaixadores latino-americanos, pelo brasileiro Roberto Abdenur.
Questionado pela Folha sobre a pretensão brasileira a um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, Noriega lembrou a declaração do secretário de Estado, Colin Powell, de que o Brasil é "um sólido candidato". "Eu não posso ir além disso."


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