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Votação de várias fases lembra show de auditório
Em caucus democrata de distrito escolar, coordenador faz piadas e anima eleitores
Líderes, aos gritos, disputam preferência dos presentes para os aspirantes a presidente dos EUA; partido também colhe doações
DO ENVIADO ESPECIAL A DES MOINES
O caucus do Partido Democrata é tão complicado que os
candidatos tiveram que fazer
campanha na internet explicando que "caucus é fácil". Clicando no link, o eleitor tinha
acesso a uma listinha longa de
regras, que incluíam fórmulas
matemáticas.
"Aí eu vou para o lado dos
eleitores do Joe Biden mas, se
ele não ganhar, eu escolho outro candidato, é isso?", perguntava o estudante de direito
John Ewing, 23, que votava pela primeira vez na vida, em um
distrito da Valley High School,
na capital Des Moines. Na sala
apertada da escola, eleitores se
aglomeravam, de bom humor.
Ewing estava parcialmente
certo. Se seu candidato não
conseguisse unir 15% do total
de presentes, o grupo deveria
ser desfeito e seus membros escolher outros candidatos.
Não é preciso mostrar algum
documento para entrar. Quem
impede que eleitores menores
de idade, de outros Estados ou
repórteres votem? Ao menos
na escola Valley, ninguém.
Ao microfone, um responsável por coordenar o pleito, nomeado na hora pelos presentes,
faz piadas e grita muito -os
eleitores, de bom humor, respondem com risos e aplausos,
em um uníssono que lembra
claque de programas de auditório, como vários dos outros
acontecimentos da sala.
Primeiro passo: contar quantas pessoas há na sala. Os próprios eleitores se contam. Um
por vez, levantando a mão e dizendo "um", "dois", "três"... Até
que, na sala, chega-se a 437. O
responsável pela eleição faz as
contas e diz: 15% dá 66. Para
aproveitar o público, o Partido
Democrata manda passar um
saco plástico para recolher doações. E lá vão os dólares passando entre a pequena multidão
aglomerada.
Vestiário
E então começa a votação.
Eleitores de Obama devem ir
para a quina do fundo da sala.
Eleitores de Hillary devem entrar no vestiário. Eleitores de
Joe Biden, como Ewing, ficam
em qualquer lugar no meio do
salão, já que não chegam a 30
pessoas. Hora da contagem.
Apenas os candidatos Barack
Obama, Hillary Clinton e John
Edwards conseguem reunir
mais de 66 eleitores. Começa
então a disputa pelos sem-grupo, no grito -e também nas
palmas. "Obama! Obama! Obama!", "Hillary! Hillary! Hillary!", "Edwards! Edwards!
Edwards!", berram eleitores de
todos os lados, enquanto indecisos circulam pelo salão.
Alguns representantes vão
até a eles para convencê-los, o
que pode ser definitivo para levar o voto daquele distrito. Não
na escola Valley, onde Barack
Obama venceu na primeira
contagem e a também na segunda, terminando ali com 200
dos 437 votos.
O caucus republicano é mais
simples: as pessoas se reúnem
em uma sala e vence quem tiver
a maioria dos votos. Os eleitores levantam aos mãos para
mostrar quem apóiam ou,
quando há muita gente, escrevem o voto num papel.
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