São Paulo, terça-feira, 05 de fevereiro de 2008

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Democratas atacam Orçamento de Bush

Apesar de valor recorde e de projetar enorme déficit, projeto corta gastos sociais e só poupa defesa

DA REDAÇÃO

Os dois pré-candidatos democratas atacaram ontem a proposta de Orçamento para o ano fiscal de 2009 enviada ao Congresso pelo presidente George W. Bush. No valor recorde de 3,1 trilhões, o projeto prevê elevação nos gastos militares e protege os cortes de impostos que Bush implementou em seu primeiro mandato.
A proposta reduz os gastos do governo em quase todas as áreas que não a segurança nacional. O Orçamento previsto para a Defesa é de US$ 515 bilhões, um aumento de 7,5% em relação a este ano, e o da Segurança Interna é de US$ 50,5 bilhões (mais 6,8%), incluindo mais de US$ 2 bilhões para o muro na fronteira mexicana.
Bush solicita cortes da ordem de US$ 196 bilhões em cinco anos nos programas federais de saúde Medicare, para idosos, e Medicaid, que atende os pobres. Mesmo com esses cortes, o presidente projeta que o déficit orçamentário atinja US$ 410 bilhões este ano e US$ 407 bilhões em 2009. Em termos proporcionais, o déficit previsto será de 2,9% do PIB já neste ano, contra 1,2% em 2007.
O maior déficit da história americana, em valor, foi de US$ 413 bilhões, em 2004.
Os democratas atacaram o Orçamento de Bush e o definiram como continuação das políticas "fracassadas" de seu governo, que transformaram a projeção de um superávit de US$ 5,6 trilhões em prazo de dez anos em dívidas.
"O único significado do Orçamento do presidente é servir como legado da sua desastrosa política fiscal. Mais uma vez as prioridades fracassadas ficam à vista num Orçamento que preserva cada centavo dos cortes de impostos para os mais ricos e põe o peso nas costas das famílias trabalhadoras. Sua maior contribuição é um compromisso com mais déficits e mais dívida financiada por países como a China", reagiu Hillary Clinton.
"Ele continua a esconder os custos de uma guerra errada enquanto hipoteca o futuro de nossas crianças", atacou Barack Obama.
"Dois princípios essenciais orientaram o desenvolvimento de meu Orçamento -manter a segurança dos EUA e garantir nossa prosperidade", afirmou Bush na mensagem ao Congresso, que irá votá-lo e onde a oposição é maioria desde as eleições legislativas de 2006. Os presidentes das comissões de Orçamento do Senado e da Câmara também criticaram o projeto. O ano fiscal de 2009 começa em 1º de outubro.


Com agências internacionais


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