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IRAQUE NA MIRA
Chanceler russo volta a afirmar que poderá vetar proposta americana; Powell diz estar otimista com aprovação
EUA querem resolução na próxima semana
DA REDAÇÃO
Os EUA querem que o CS (Conselho de Segurança) da ONU vote
sua proposta de resolução autorizando uma guerra no Iraque na
próxima semana, afirmaram ontem autoridades americanas.
Apesar de uma intensa campanha diplomática, os EUA ainda
não conseguiram os nove votos
de que precisam no conselho para
que a resolução seja adotada. O
chanceler da Rússia, Igor Ivanov,
voltou a dizer ontem que seu país
pode vetar a proposta americana.
O presidente do México, Vicente Fox, disse ontem não temer retaliações dos EUA contra um possível voto contrário à resolução e
acrescentou ser contra "medidas
unilaterais". O México faz parte
do Conselho de Segurança.
No entanto o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, afirmou ontem que está otimista em
relação a uma vitória dos EUA no
Conselho de Segurança.
O embaixador dos EUA na
ONU, John Negroponte, afirmou
que Washington espera uma votação pouco tempo depois que o
chefe dos inspetores da ONU, o
sueco Hans Blix, e o chefe da
Agência Internacional de Energia
Atômica, o egípcio Mohamed El
Baradei, apresentarem seu relatório sobre o Iraque, na sexta-feira.
De acordo com o canal de TV
CNN, contudo, fontes no governo
americano também afirmaram
que, se os EUA perceberem que a
resolução não será aprovada, podem decidir ir adiante com um
ataque sem o aval da ONU.
O porta-voz da Casa Branca, Ari
Fleischer, disse que uma nova "resolução é desejável, mas não necessária". Segundo autoridades
da Casa Branca, o presidente
George W. Bush pode até mesmo
dar um ultimato ao ditador iraquiano, Saddam Hussein, em discurso na próxima semana.
Apesar de Powell ter afirmado
que os EUA só irão decidir a data
em que vão propor a votação no
CS no início da semana que vem,
um funcionário do governo dos
EUA, que não quis se identificar,
afirmou que "a votação ocorrerá
na próxima semana". Outra autoridade afirmou que ela pode ser
convocada para segunda-feira.
Analistas e diplomatas previam
que a votação fosse ocorrer na
quinta-feira da semana que vem,
seis meses depois de o presidente
dos EUA, George W. Bush, ter ido
à ONU pedir apoio para o desarmamento do Iraque -o que resultou na adoção pelo CS, em novembro, da resolução 1441, exigindo que o Iraque se desarmasse
e cooperasse com os inspetores.
Apesar de, em seu último relatório à ONU, Blix ter afirmado
que não encontrou provas de que
o Iraque possuísse armas de destruição em massa, os EUA, o Reino Unido e a Espanha afirmam
que Bagdá não cumpriu a resolução. Sua nova proposta de resolução diz exatamente isso -o que,
na prática, significa um aval da
ONU a uma guerra ao Iraque.
A maioria dos 15 membros do
CS, contudo, reluta em adotar a
proposta. A França, apoiada por
Rússia, China e Alemanha, sugere
que as inspeções sejam estendidas
até pelo menos 1º de julho.
Ontem, Ivanov afirmou que a
Rússia "não vai apoiar nenhuma
decisão que abra caminho para
uma guerra contra o Iraque".
Mais tarde, o chanceler russo
disse, após reunião com o chanceler britânico, Jack Straw, que "os
membros permanentes do CS
têm uma responsabilidade especial. Por isso é improvável que
qualquer um de nós se abstenha
sobre a questão iraquiana".
Para que uma resolução seja
adotada, 9 dos 15 membros do CS
precisam aprová-la, mas nenhum
de seus membros permanentes
-EUA, Reino Unido, França,
Rússia e China- pode vetá-la.
Mísseis
O Iraque destruiu mais três dos
120 mísseis Al Samoud 2 ontem.
O secretário-geral da ONU, Kofi
Annan, afirmou ontem que a destruição dos mísseis era "um desenvolvimento positivo".
Com agências internacionais
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