UOL


São Paulo, quarta-feira, 05 de março de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TERROR

Foi "ato insolente de terrorismo", diz governo; americano está entre os mortos

Bomba em aeroporto filipino mata 21

DA REDAÇÃO

Ao menos 21 pessoas morreram e 147 ficaram feridas ontem após a explosão de uma potente bomba escondida em uma mochila no aeroporto internacional de Davao, na ilha de Mindanao, no sul das Filipinas. Entre os mortos, havia um americano e duas crianças. Muitos feridos estavam em estado grave, o que poderia aumentar o número de mortos.
O atentado, classificado pelo governo filipino como "um ato insolente de terrorismo", foi o mais grave dos últimos anos na região. Grupos extremistas islâmicos que atuam na região aumentaram nas últimas semanas sua atividade, apesar da presença no local de cerca de 1.200 soldados americanos desde o ano passado.
A presidente Gloria Macapagal Arroyo, que convidou as tropas americanas para treinar os soldados filipinos para lutar contra o terrorismo no ano passado, disse que "diversos homens" foram detidos para averiguação sobre uma suposta relação com o atentado. Ela disse ter ordenado à polícia e às Forças Armadas a "caçada dos terroristas e seus cúmplices".
Nenhum grupo reivindicou o atentado. A Frente Moro de Libertação Islâmica, acusada por uma série de atentados nas últimas semanas, incluindo a explosão de um carro-bomba num aeroporto próximo, no mês passado, negou responsabilidade pelo ataque de ontem.
O grupo islâmico Abu Sayyaf, que tem laços com a rede terrorista Al Qaeda, também opera na região. O kuaitiano Khalid Sheikh Mohammed, suposto número 3 da Al Qaeda, preso no sábado no Paquistão, passou pelas Filipinas, onde teria ajudado a planejar um atentado frustrado contra o papa em 1995. Mindanao enfrenta conflitos separatistas desde 1972.
Os EUA condenaram o ataque e prometeram ajudar as Filipinas a encontrar os culpados. "Os EUA vão trabalhar ombro a ombro com o governo filipino para assegurar que os responsáveis sejam levados à Justiça", disse o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer.
Segundo a porta-voz da defesa civil de Davao, Susan Madrid, a explosão ocorreu às 17h20 (8h20 de Brasília), quando dezenas de pessoas esperavam pela chegada de um avião em frente ao aeroporto. Cerca de uma hora depois, uma outra explosão a 30 km ao norte dali feriu três pessoas.
Em um comunicado, a presidente disse que o atentado "não pode ficar impune".
O porta-voz da Frente Moro de Libertação Islâmica, Eid Kabalu, condenou o ataque e disse que o grupo estava pronto para colaborar com as investigações. Os rebeldes lutam pelo estabelecimento de um Estado islâmico independente no sul da Filipinas. Apesar de um cessar-fogo em 1997, os combates continuaram.


Com agências internacionais

Texto Anterior: Bush é o "tirano do século", diz Saddam
Próximo Texto: Guerra sem limites: Preso da Al Qaeda deixa Paquistão
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.