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Depois de deixar Haiti após tremor, família sobrevive também a sismo chileno
DA ASSOCIATED PRESS
A família Desarmes deixou
o Haiti duas semanas após o
devastador terremoto de 12
de janeiro, juntando-se a seu
filho mais velho, no Chile, em
busca de um refúgio do caos
reinante em Porto Príncipe.
Seu sentimento de segurança durou apenas um mês.
Desmoronou às 3h43 do sábado, quando um dos terremotos mais fortes da história
sacudiu uma parte do Chile.
Todos os integrantes da família Desarmes sobreviveram aos dois terremotos.
Mas, sentindo-se duas vezes
amaldiçoada, a família hoje
dorme no quintal da casa que
o filho mais velho, Pierre,
conseguiu ao sul de Santiago.
"Deixei meu país e vim para
cá devido a um terremoto",
disse a estudante Seraphin
Philomene, 21, prima de Pierre. "E aconteceu a mesma coisa aqui."
Pierre, 34, conseguiu tirar
sua família do Haiti graças a
contatos pessoais que tinha
na Embaixada do Chile em
Porto Príncipe e nas Forças
Armadas chilenas. Nove
membros de sua família chegaram a Santiago em 23 de janeiro em um avião da Força
Aérea chilena.
Vocalista de uma banda de
reggaeton haitiano no Chile,
Pierre ainda se emociona
quando recorda o momento
em que viu sua família desembarcando do avião.
"Quando acontecem os tremores secundários, eles se recusam a ficar dentro de casa",
conta Pierre sobre os parentes. "Fico dizendo: "Aqui não
há problemas, é um país preparado para terremotos". Mas
eles não me dão ouvidos. Psicologicamente, ainda estão
profundamente afetados."
Um dos irmãos de Pierre,
Stanley, 32, se sente profundamente abalado. Pai de Nelia, 2, ele se preocupa com a
segurança de sua família e está pensando em transferi-la
mais uma vez.
"Não sei o que vou fazer,
mas ficar não é possível", disse ele. "Posso morrer e posso
perder minha família. Tenho
de ir embora. Não sei para onde, não sei como. Mas não
quero morrer aqui."
Seraphin, sua prima, quer
ficar no Chile e tem a esperança de trazer o resto de sua
família para o país. Sua mãe,
seu pai, duas irmãs e um irmão ainda estão em Cap-Haitien, cidade do norte do Haiti.
O pai de Seraphin, Luigene
Philomene, ficou extático ao
ouvir que sua filha estava em
segurança. Agora ele acha que
ela conta com proteção divina. "Deus está nos protegendo. Nossa família não morreu
no Haiti. Nem vai morrer no
Chile."
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