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ABRINDO O JOGO
Entrevista na TV da ex-estagiária da Casa Branca é vista por 70 milhões de pessoas, mas não bate recorde
Lewinsky tem maior audiência do ano
MARCELO DIEGO
de Nova York
A audiência do programa "20/
20", que exibiu a primeira entrevista de Monica Lewinsky para os
EUA, anteontem, foi a maior do
ano, com cerca de 70 milhões de
espectadores. Os dados são do Instituto Nielsen.
Cerca de 63% das pessoas que assistiam televisão no horário do
programa, entre as 21h e 23h (23h
de quarta e 1h de ontem, em Brasília), viam a entrevista comandada
por Barbara Walters, na ABC.
Bate de longe o até então programa mais visto de 1999: "ER"
("Plantão Médico"), com 33 milhões na semana passada. Mas está
longe de recordes históricos. O final da série humorística "Seinfeld", em maio de 98, teve cerca de
100 milhões de espectadores.
Foi a primeira entrevista à TV da
ex-estagiária da Casa Branca, que
teve um relacionamento amoroso
com o presidente Bill Clinton. O
escândalo quase levou ao afastamento do presidente.
Lewinsky, 25, falou sobre quase
tudo, em um relato cronológico.
Ela afirmou não gostar mais de
Clinton, ter se sentido humilhada
durante várias partes do processo
de impeachment, mas que o caso
deveria ter sido mantido entre ela e
Clinton. "Não é do interesse de
mais ninguém. Eu o amei como
homem, não como presidente."
Um dos poucos segredos revelados na entrevista foi o aborto feito
por ela. A gravidez, porém, era de
um funcionário do Pentágono,
identificado só como Thomas.
Na entrevista, Lewinsky não falou sobre a atuação do promotor
independente Kenneth Starr.
No livro "Monica's Story" (A
História de Monica), escrito por
Andrew Morton, ela faz uma série
de críticas a Starr. A obra chegou
ontem às livrarias dos EUA.
Familiares dela estariam preocupados, pois acham que Starr pode
pedir a anulação da imunidade de
Lewinsky para processá-la.
Durante as investigações do caso
Paula Jones (ex-funcionária pública de Arkansas, que acusava Clinton de assédio sexual), Lewinsky
foi chamada a depor e afirmou que
não havia tido um caso com Clinton. Depois, com evidências que
provavam o contrário, Starr propôs um pacto: informações por
imunidade.
Na obra, Lewinsky diz que foi
humilhada no primeiro interrogatório, ocorrido em 16 de janeiro de
1998, no hotel Ritz-Carlton. Ela
afirma ter pensado em se atirar pela janela do quarto (no décimo andar) tal era a pressão.
O escritório de Kenneth Starr
não quis comentar as acusações. O
promotor está sendo investigado
pelo Departamento de Justiça dos
EUA por suposta violação de regras federais.
Na TV, Lewinsky disse que seu
maior temor no momento é perder
a imunidade e ir para a cadeia.
O livro de Lewinsky pode ser comprado em sites
da Internet, como o
http://www.amazon.com
e o http:// www.books.com
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