São Paulo, segunda-feira, 05 de abril de 2004

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ÁSIA

Partido do ex-ditador Suharto deve conquistar a maioria no Parlamento

Oposição deve vencer na Indonésia

DA REDAÇÃO

A presidente da Indonésia, Megawati Sukarnoputri, enfrenta hoje seu maior teste eleitoral. Pesquisas de opinião apontam que o seu Partido Democrático Indonésio da Luta (PDI-P) caminha rumo a um grande colapso nas eleições nacionais.
Os resultados das pesquisas têm mostrado que o Golkar, partido do ex-ditador Suharto -homem-forte do país entre 1967 e 1998-, reúne grandes chances de substituir o PDI-P como detentor da maioria dos 550 assentos do Parlamento.
Cerca de 450 mil candidatos competem em pleitos para parlamentos locais, regionais e nacional, no que é descrito por muitos como as maiores eleições do mundo feitas em um único dia: são 660 milhões de cédulas para serem utilizadas por 147 milhões de eleitores. Devido à magnitude das eleições, é possível que os principais resultados só sejam conhecidos depois de muitos dias.
A votação de hoje definirá o cenário da próxima eleição presidencial -marcada para 5 de julho e que provavelmente será em dois turnos, em razão da aparente fragilidade de Sukarnoputri.
Duas pesquisas divulgadas na sexta-feira apontaram o PDI-P com a preferência de menos de 20% do eleitorado -caindo dos 34% obtidos na última eleição-, enquanto o Golkar aparece em posição melhor do que os 23% conquistados em 1999.
As pesquisas mostraram que na disputa presidencial Sukarnoputri -filha de Achmad Sukarno, que governou o país por quase duas décadas até ser deposto por um golpe na década de 60-, está atrás de Susilo Bambang Yudhoyono, seu ex-ministro da Segurança, cuja popularidade é cada vez maior.
A administração de Sukarnoputri ganhou elogios no exterior por dar ao país importante estabilidade econômica e política. Mas, para os indonésios, os três anos do mandato de Sukarnoputri são caracterizados pelo crescente desemprego, inflação e corrupção.
Apesar do atentado que em 2002 matou cerca de 200 turistas na ilha de Bali, o terrorismo islâmico não virou tema da campanha. A Indonésia é o país com a maior população muçulmana do mundo (cerca de 80% dos 235 milhões de habitantes), mas não tem partidos islâmicos fundamentalistas. Mesmos os que se baseiam na religião não fazem menção ao islã em seus nomes.


Com agências internacionais e "Financial Times"


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