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Firma do Irã adquire peças de uso nuclear, diz jornal americano
Lula volta a rejeitar sanções e afirma ter alertado líderes mundiais de que isolar Teerã "pode dar caca"
DA REDAÇÃO
Uma empresa iraniana ligada
ao programa nuclear do país
adquiriu peças usadas especificamente no enriquecimento de
urânio, informou o jornal "The
Wall Street Journal".
Segundo a reportagem, nas
últimas semanas, a iraniana Javedan Mehr Toos obteve válvulas e medidores de vácuo feitos
por uma empresa francesa que,
até dezembro, integrava o conglomerado dos EUA Tyco. As
duas empresas negaram saber
da operação.
O "WSJ" afirma que a investigação partiu de um e-mail enviado em janeiro último à AIEA
(agência nuclear da ONU) que
denunciava a passagem dos objetos por um intermediário representante de uma empresa
chinesa próxima de Xangai. O
Ocidente acusa o Irã de buscar
a bomba atômica -Teerã nega.
Um investigador próximo da
AIEA disse ao "WSJ" que, nos
últimos dois anos, o Irã fez cerca de dez tentativas de comprar
válvulas de enriquecer urânio a
despeito de resoluções da ONU
que o proíbem de fazê-lo assim
como países-membros de vendê-las. Segundo o jornal, a
AIEA e agências de inteligência
ocidentais investigam o caso.
Os EUA trabalham para convencer os membros permanentes do Conselho de Segurança
da ONU a impor novas sanções
ao Irã ainda este mês, quando
acolherão encontro sobre segurança nuclear em Washington,
com presença da relutante China, que depende do petróleo e
do gás iranianos e é o principal
parceiro comercial do país.
Ontem, o principal negociador nuclear do Irã, Said Jalili,
anunciou que a China comparecerá a uma conferência sobre
desarmamento nuclear que
acontecerá em Teerã dias antes
do encontro americano.
Em entrevista ao programa
Canal Livre (TV Bandeirantes)
que foi ao ar ontem, o presidente Lula voltou a defender a posição contrária a sanções contra o Irã e disse que repreendeu
líderes mundiais, afirmando
que estavam errados "em encostar o Irã na parede".
"Se vocês ficarem isolando o
Irã politicamente, isso pode dar
caca", afirmou Lula ao relatar
recentes conversas com o americano Barack Obama, o francês Nicolas Sarkozy e o britânico Gordon Brown.
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