São Paulo, terça-feira, 05 de abril de 2011

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Repressão à oposição no Iêmen mata ao menos 15

EUA avaliam apoiar saída do ditador Saleh, aliado contra a rede Al Qaeda

Desde o início dos atos em favor da renúncia do líder, até 97 pessoas já morreram; ditador está há 3 décadas no cargo

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Forças de segurança abriram fogo ontem no Iêmen contra manifestantes que faziam novos atos para pedir a renúncia de Ali Abdullah Saleh, deixando pelo menos 15 mortos na cidade de Taiz.
O recrudescimento da violência no país coincide com relatos surgidos também ontem na imprensa americana de que os EUA, até agora relutantes em condenar o aliado, decidiram pressionar pela saída do ditador iemenita.
Em Taiz, cidade localizada ao sul da capital, Sanaa, forças de segurança atiraram contra os manifestantes que tentavam invadir um prédio do governo. Além de 15 mortos, deixaram 30 feridos.
Atiradores posicionados no teto de edificações ao redor dos locais de manifestação dispararam de maneira indiscriminada contra multidão de milhares de pessoas.
Na véspera, a cidade também registrara confrontos.
Na cidade portuária de Hudaida, no mar Vermelho, policiais uniformizados e à paisana também dispararam contra manifestantes e atiraram balas de gás lacrimogêneo, deixando 300 feridos.
Oposicionistas disseram que duas pessoas morreram, mas a informação não havia sido confirmada até ontem.
Sanaa também registrou protestos contra o regime.
Saleh, que nas últimas semanas vinha dando sinais de disposição em negociar sua saída, afirmou que vai resistir "como as montanhas".
Mas, segundo o "New York Times", o ditador já não tem o apoio dos EUA, o principal aliado e financiador do seu regime, para ficar no poder, depois de 32 anos no cargo.
O Iêmen é aliado americano no combate à Al Qaeda, que tem no país seu braço na península Arábica -responsável por tentativa frustrada de atentado contra um avião americano no Natal de 2009.
Após quase dois meses de protestos no país e ao menos 97 mortos, no entanto, o governo Barack Obama avalia dar ultimato para que Saleh aceite proposta de transição.
Caso contrário, a Casa Branca pedirá publicamente sua saída do cargo. Os EUA desejam que acordo seja mediado por seu embaixador.

SÍRIA
Na Síria, onde a repressão aos protestos deixou ao menos 80 mortos, o ditador Bashar Assad substituiu o governador da região de Daraa.
A cidade, localizada na fronteira com a Jordânia, ao sul de Damasco, é o epicentro dos protestos antirregime iniciados no mês passado.


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