São Paulo, sábado, 05 de maio de 2007

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Partido de Blair sofre derrotas em pleito

Resultados de eleições locais e regionais enfraquecem trabalhistas e indicam descontentamento com premiê britânico

Conservadores foram os grandes vencedores na Inglaterra; na Escócia, partido nacionalista derrota trabalhistas e é majoritário

DA REDAÇÃO

O Partido Trabalhista, do primeiro-ministro britânico Tony Blair, saiu enfraquecido das eleições regionais e locais na Inglaterra, Escócia e Gales, perdendo cadeiras para os conservadores na Inglaterra e para o Partido Nacional Escocês (SNP), na Escócia.
O SNP, nacionalista que defende a independência, tornou-se ontem o maior partido dentro do Parlamento escocês. Conquistando 47 das 129 cadeiras, o SNP terminou com 50 anos de domínio trabalhista na Escócia, apesar de que terá de formar um governo de coalizão com outros partidos.
Os resultados das eleições regionais no País de Gales e das locais na Inglaterra também mostraram uma derrota para os trabalhistas, no que era a última chance para o eleitorado britânico avaliar o legado de Tony Blair após uma década no poder como primeiro-ministro do Reino Unido.
Em Gales, os trabalhistas perderam quatro cadeiras e, com isso, a maioria na Assembléia. Na Inglaterra, com 308 das 312 assembléias locais definidas, os grandes vencedores foram os conservadores, sob direção de David Cameron, que assumiram o controle de mais 42 assembléias, totalizando 162. Os trabalhistas perderam o comando de oito delas, ficando com 34. Os Liberais Democratas conseguiram 23. Nas demais assembléias, nenhum partido tem maioria simples.
Na semana que vem, Blair -que vem enfrentando altos índices de impopularidade devido ao fracasso da guerra no Iraque e escândalos políticos internos- deve anunciar a data de sua saída da liderança trabalhista e, conseqüentemente, da chefia do governo.
Em declaração à rede de televisão BBC, o premiê tentou amenizar a situação e afirmou que os trabalhistas se saíram "muito melhor do que as pessoas esperavam". "Nós viemos de um resultado pior há poucos anos e ganhamos as eleições gerais [em 2005]. Faremos isso novamente", disse Blair, que apóia o ministro das Finanças, Gordon Brown, como seu sucessor para os cargos.
Obtendo cerca de 41% dos votos nas eleições locais inglesas, os conservadores afirmaram que fizeram "um enorme avanço". "Estamos conseguindo vitórias pelo país inteiro", afirmou o conservador George Osborne, chefe do gabinete paralelo do Reino Unido. "Se esse foi o teste principal da liderança de David Cameron para saber se os conservadores estão indo na direção certa, acho que nós passamos."

Escócia
Após uma eleição criticada por erros técnicos (ver texto ao lado), o líder do SNP, Alex Salmond -que apóia um referendo sobre a independência da Escócia- declarou-se o vencedor. "Este é um momento histórico", afirmou. "Nunca mais o Partido Trabalhista vai pensar que tem um poder divino de governar aqui." Salmond havia anunciado que, caso seu partido vencesse, tentaria convocar um referendo sobre a independência, apoiada por apenas 30% dos escoceses, para 2010.


Com agências internacionais


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