São Paulo, terça-feira, 05 de junho de 2007

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OEA é palco de bate-boca EUA-Venezuela

DA REDAÇÃO

A tribuna da Assembléia Geral da OEA (Organização dos Estados Americanos) foi palco de um duro embate entre a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, e o chanceler da Venezuela, Nicolás Maduro, a respeito do fechamento do canal venezuelano RCTV, embora o caso não constasse do temário oficial do encontro.
Em discurso, Rice cobrou que a OEA envie seu secretário-geral, José Miguel Insulza, para Caracas com o objetivo de investigar o caso RCTV. Antes, ela havia dito a jornalistas que o fechamento do canal era o movimento mais "contundente e agudo" do governo Hugo Chávez contra democracia.
Irritado, o chanceler venezuelano classificou o discurso de Rice como "intervencionismo inaceitável nos assuntos internos". Disse ainda que a secretária americana "violou" a agenda do encontro, cujo tema é "energia sustentável".
Maduro propôs que a OEA instalasse uma comissão "para estudar a violação diária de direitos humanos" na fronteira do EUA com o México. Disse que a prisão de Guantánamo, em Cuba, onde os EUA mantêm prisioneiros sem condição jurídica reconhecida internacionalmente, só era comparável a algo da "era de Hitler".
Então, Rice pediu a palavra novamente: "Em qualquer assunto, estou segura de que será difícil uma comissão debater, investigar e criticar mais as políticas dos EUA do que fazem, a cada noite, na CNN, ABC, CBS, NBC", devolveu. "Os cidadãos americanos têm essa garantia. Espero que os venezuelanos também a tenham", concluiu Rice -e deixou a sala, sem esperar a tréplica.
Maduro pediu que os EUA permitissem que as câmeras da Tves, o canal estatal criado para substituir a RCTV, entrassem em Guantánamo.


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