São Paulo, terça-feira, 05 de junho de 2007

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Governo liberta "chanceler das Farc" a pedido do presidente da França

Rodrigo Granda, preso em 2004, ficará sob custódia do episcopado do país

DA REDAÇÃO

O chamado "chanceler das Farc", Rodrigo Granda, saiu ontem de uma prisão no centro da Colômbia em meio a um processo de libertação, patrocinado pelo governo, de guerrilheiros dessa organização.
O presidente Álvaro Uribe anunciou que a libertação de Granda foi feita por petição direta do presidente da França, Nicolas Sarkozy, que agradeceu a decisão. Granda deve ficar sob custódia do episcopado do país.
Ao sair da prisão, Granda entrou em um helicóptero acompanhado por seu advogado e pelo alto comissário da paz, Luis Carlos Restrepo. O governo havia dito que liberaria Granda para que servisse de negociador da paz com a principal guerrilha ainda ativa no país.
Granda, mais alto dirigente das Farc em poder do governo colombiano, foi preso em 2004 na Venezuela, em uma operação que desatou uma crise diplomática com Caracas. Em maio, ele foi condenado a quase seis anos de reclusão por "rebelião". O Paraguai pede sua extradição, já que Granda foi processado no país pelo suposto envolvimento no seqüestro da filha do ex-presidente paraguaio Raúl Cubas, em 2001.
Na última sexta-feira, um funcionário da Presidência colombiana havia dito à agência France Presse que Granda iria se encontrar com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, para levar uma prova de que a ex-candidata à Presidência Ingrid Betancourt está viva. Betancourt, que tem também a nacionalidade francesa, está em poder das Farc há cinco anos.
O governo colombiano havia negado e o governo francês considerou ontem o fato uma "possibilidade hipotética".
Ontem, um primeiro grupo dos 193 presos que devem ser libertados assinou um acordo se comprometendo, entre outras coisas, a "se desmobilizar" e a "trabalhar pela paz".
Anteontem, as Farc qualificaram de "farsa" a iniciativa unilateral de Uribe e afirmaram que não libertarão os 56 reféns em poder do grupo.
A guerrilha assegura que mantém sua proposta de negociar a troca de reféns por rebeldes presos, mas insiste na necessidade de que, para isso, o governo retire as tropas de um território na região sudoeste do país. Uribe rejeita a desmilitarização de território.

Carta-bomba
Ontem, o vice-ministro colombiano da Educação, Gabriel Burgos, ficou ferido ao abrir uma carta-bomba recebida por ele em sua sala do Ministério da Educação, no centro de Bogotá. Burgos foi levado com urgência a uma clínica médica onde foi constatado que ele sofreu ferimentos nos braços e no peito. A polícia investiga o atentado.


Com agências internacionais


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